O fato de ter havido eleição no ENAPET deve vir saudado com um certo alívio, uma vez que as soluções pensadas para um processo eleitoral que não mereceu nenhuma atenção da Diretoria passada (gestão 2012-2014, continuidade da gestão 2010-2012), passavam pela vacância de gestão ou pela recondução da atual Diretoria. As duas opções eram claramente ilegais!
No entanto, a solução encontrada, a montagem de uma chapa às pressas, baseada num certo "bommocismo", "espírito de entrega", e coisas de tal gênero (mais dedicado à livros de auto-ajuda), representa um duro golpe na longa luta do movimento de resistência contra a extinção do PET (decretada inicialmente em 1997 pelo MEC).
A Diretoria que sai (vinda desde 2010) já representara um retrocesso extremo no MOVIMENTO trocando uma política crítica contra a desfiguração do Programa por uma, assim denominada, política de "reconciliação". Esta política, na verdade, sempre foi de RENDIÇÃO. O PET foi totalmente desfigurado pelas Portarias de 2010:
- introdução da mortalidade tutorial;
- destruição completa do Programa CONEXÃO-SABERES;
- aliciamento de tutores incompetentes para gerenciamento de trabalhos de avaliação (uma das ações de um destes personagens encontra-se em rumoroso processo de contestação judicial pois a avaliação foi conduzida por meio de ações extremamente subjetivas e de conepções preconcebidas);
- fim da submissão de projetos autorais do PET para projetos "coletivos" guiados por Departamentos e Pró-Reitorias de Graduação;
- aliciamento do FORGRAD (que trabalhou em conjunto com o MEC, mas à revelia dos tutores, para as Portarias de 2010).
Quando um processo eleitoral, regido por um Regimento/Estatuto duramente escrito e aprovado em 2006 (e depois reformado, se não me engano no ENAPET de Manaus), é relegado ao silêncio, num evento que havia limitado o número de inscritos (o que por si só, já é extremamente preocupante), e sem uma publicidade marcante para a inscrição de chapas, demonstra em tudo uma vontade monolítica dos "reconcialistas" em continuar nas relações incestuosas da CENAPET com o MEC.
Essa prova, como mostrada aqui neste Blog (registro de uma visita direta do MEC à este Blog no dia em que foi aventada, no ENAPET, a continuidade da gestão anterior), evidencia a política praticada pelo Ministério da Educação desde 2010 e tão bem praticadas pelas gestões idênticas da CENAPET, 2010-2012, 2012-2014.
Nesse momento, sob argumentos da "uma chapa aclamada pela Assembléia", demonstrando um processo eleitoral torto (sem inscriçãode chapas e sem, portanto, debates, como o que ocorreu no ENAPET de Campinas, em 2008, com duas chapas inscritas e debate eleitoral), é patente que o MOVIMENTO PET perdeu.
E perdeu (e perde!) quando vemos manifestações de determinados tutores (todos antigos) de que não devemos reagir, mas "pró-agir" (seja lá qual a conotação que foi dado à este termo, mas cujo real significado deve recapitular a "reconciliação" da gestão que sai...- que foi dado à esse termo), e aclamar àqueles de "boa-vontade" que "decidiram pegar o abacaxi", é desalentador. Nenhum tutor novo foi adicionado ao processo políttico, uma vez que todos aceitaram o fato que serão extintos entre 2015 e 2016 vitimados pela mortalidade tutorial imposta pelo MEC em 2010.
Mais que adesismos, devemos voltar à nossa postura crítica e à reconstrução do movimento de resistência para que o PET não seja liquidado e se transforme num Programa "dadeiro de bolsas" e manipulado por políticas mesquinhas guiadas por Departamentos e Pró-Reitorias.
Bemvinda uma nova gestão da CENAPET, mas estamos aguardando, ansiosos, uma mudança de rumos, muito ativa politicamente especialmente no diálogo MEC-Comissões da Educação da Câmara e do Senado. Sem isso, estaremos fadados, em 2016 a não termos não somente chapas, mas, sobretudo, a própria CENAPET...