Para quem não perdeu o vínculo com a História e com a crítica deve se lembrar de todas as agruras que o PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL vem passando na última década.
Depois de ter sobrevivido bravamente a três ofícios de extinção no governo FHC, o PET foi enfim reestruturado mas não em sua casa de origem, a CAPES, mas na SESu.
Já sabíamos, desde aquela época, que esta mudança traria imensos problemas, pois esta Secretaria é extremamente burocratizada, permeada de programas efêmeros e com pessoal técnico muito volátil.
Ainda assim, o PET viveu um curtíssimo período de calmaria e de possibilidade de se reerguer à la grande com sua originalidade ímpar. Isto foi de 2002 a 2005 ...
No entanto, após a chegada do Ministro Fernando Haddad, o loteamento político da SESu tornou-se moeda corrente e o Programa mudou sucessivamente para quatro outras divisões dentro da Secretaria. Estas mudanças implicaram descaracterizações sucessivas do Programa, absorção de idéias estranhas ao PET e assunção de pessoal técnico e político descomprometido com as idéias originais do Programa, mas alinhados com a política destrutiva do Ministério, sem instâncias democráticas no horizonte.
Sem nenhum patrocínio de um Seminário Nacional de Avaliação (antiga reivindicação das gestões passadas da CENAPET), com a inoperacionalização proposital do Conselho Superior - CS - do PET, com o descaso institucional, com a burocratização excessiva e com o engessamento dos Comitês Locais de Acompanhamento (que sofreram a remoção de qualquer processo avaliativo), o PET foi sofrendo perdas irreparáveis.
Partindo para a cooptação explícita de determinados representantes, de forma grotesca e semelhante aos métodos que a história consagrou em ditaduras como as do Iraque e da Líbia, setores da própria tutoria passaram a defender o indefensável:
- destruição do PET e do CONEXÃO-SABERES (sabidamente, dois programas de focos e de composição muito diversos);
- mortalidade tutorial - 03 ANOS - desprezando todo um estudo estatísitico fundamentado realizado pela gestão passada da CENAPET (a aprovando a detestável idéia de que a tutoria tem que ser um campo de "experimentação", desprezando o mérito, o valor e o trabalho acadêmico);
- burocratização excessiva via plataforma eletrônica eivada de problemas tecnológicos e de concepção conceitual;
- avaliação cartesiana, positivista, sem qualquer tangência com as idéias primevas do PET.
Afora todos estes problemas, que lidam com uma possibilidade concreta de encerramento do Programa, ao menos em sua concepção singular e revolucionária (para a graduação e seu legado), a política de cooptação da SESu atingiu níveis alarmantes que nos faz lembrar os tristes episódios da história brasileira e das idéias, como, p.ex., aqueles que marcaram a Inconfidência Mineira (vide a "legendária" figura de Joaquim Silvério dos Reis).
À comunidade petiana, ou à parcela que dela restou, com sua crítica e sua vontade inquebrantável de democracia, resta o caminho que já trilhamos: contestação, ação, revolução, mudança!
Xô, aos vendilhões do templo da Educação!
4 comentários:
Bem... o Secretário da SESu, fundador do PSDB em Viçosa, agora é petista. E parece ter grandes poderes de persuasão, vide a transformação sofrida pelo Ayala. Aliás... ele não sofreu com a transformação dele. Em nós sim é que a transformação dele está doendo.
É uma vergonha assistir o papel da CENAPET, como guardiã dos acólitos da SESu.
Não ficamos tanto tempo no Programa para assistir ele ser enterrado por esta gestão horrível da CENAPET.
hei, e o que dizer da "SuperPortinha" da CENAPET, com quase 60 dias inoperante "voltar" a funcionar, mas com os "resultados"(?) do ENAPET de mais de dois meses atrás!
Onde chegaremos???????
Ouve-se nos corredores do MEC que é esperada a saída do Haddad para assumir a candidatura em SP. Mas muitos querem que ele antecipe a saída pois já é insuportável seu personalismo e arrogância. O mesmo mal que deve ter se espalhado entre tutores "amigos" que compõem o CS, Comissão de Avaliação, ou os simplesmente puxa-sacos de ocasião e discursadores baba-ovisticos de SBPC.
Postar um comentário