quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

ARQUITETA DE UM NOVO DESENHO PARA O PET, QUE DESTRÓI A IDÉIA DO PET, EM APUROS NA UFRJ



A sessão do Conselho de Ensino de Graduação do dia 22 de setembro contou com a presença do reitor Aloísio Teixeira, da vice-reitora Sylvia Vargas e do pró-reitor de Pessoal, Luiz Afonso. O motivo da visita foi a moção de repúdio, direcionada à pró-reitora de Extensão, Laura Tavares, aprovada na sessão de dia 1º de setembro pelo colegiado acadêmico. Naquela ocasião, sentindo-se atingidos com uma fala da dirigente da PR-5, os conselheiros votaram o polêmico documento.

O reitor, por sua vez, alegou que a Administração Central teria sido atacada pela moção. Segundo Aloísio, ao reler o documento, não teria dúvidas de que se tratava de uma moção inaceitável. Para ele, este fato poderia colocar a universidade em uma crise institucional. O reitor também defendeu que o CEG teria se manifestado contra a livre expressão e o direito de resposta com esta atitude: “Nunca ninguém foi questionado por expressar sua opinião, nunca ninguém foi constrangido por dar uma opinião”, disse ele, que encerrou: “Peço bom senso, e que revoguem essa moção”.

Os conselheiros ficaram muito descontentes com a situação. A professora Silvia Possas (representante do CCJE) esclareceu ao reitor que a moção teria sido discutida na internet, através da lista dos conselheiros e, posteriormente, no colegiado. Disse também que a situação que o CEG enfrentou (na questão do acesso à UFRJ, na “disputa” com o Consuni) significou um profundo desacato. Argumentou, ainda, que o direito de defesa e a liberdade de expressão teriam sido negadas anteriormente ao colegiado da graduação em diversas situações.

A pró-reitora de Graduação, Belkis Valdman, ponderou que, apesar da hierarquia do Conselho Universitário, que seria regimental, não queria dizer que um conselho tivesse menos capacidade do que outro. Mas existiam regras e decisões que caberia ao CEG aceitar. A professora Maria Antonieta (CT) concordou em muitos aspectos com a fala da conselheira Silvia Possas. Mesmo ao considerar que o Consuni dá a palavra final, o conselho acadêmico deveria ter sido ouvido: “Eu tenho um sentimento de uma situação de gota d´agua; muitos ataques, por várias pessoas da universidade”. E continuou: “Acredito que todos têm direito de se expressar, mas quem fala o que quer, ouve o que não quer”.

Após ouvir as críticas, o reitor ratificou seu posicionamento: “Eu participei de todas as discussões do Consuni, acompanhei as gravações das reuniões, e nada foi dito nessas reuniões que possa ser considerado ofensivo ao CEG, mesmo que tenham sido expressadas opiniões diferentes daquelas que o conselho pensa”. E completou: “Essa alternativa é injusta e incorreta, não se sustenta. Se o CEG quer se manifestar a respeito da sua relação com o Consuni, perfeito, mas essa moção eu não posso aceitar”. Aloísio, ainda para reforçar seu pedido, disse que confiava nos conselheiros para assistir às gravações das reuniões para reverem a opinião.

Reitor dá prazo para revogaçãoO reitor disse iria aguardar a revogação até o dia 14 de outubro para anunciar uma decisão sobre o caso: “Se existem problemas entre os conselhos, vamos tentar resolver isso, mas não vamos aprovar uma moção como esta. No dia 14, informarei o que farei a respeito”, disse.Após a saída do reitor, os professores se sentiram mais à vontade para discutir a questão: “Acho que teremos realmente que rever essa moção, e escrever uma nota de esclarecimento sobre isso”, começou Belkis. “Acho que seria insustentável se eu agora propusesse a retirada da moção e não fosse aprovada. Com certeza alguma decisão institucional vai ter que ser tomada. O problema do texto da moção é grave, ataca toda a administração central”.A maioria dos professores discordou da pró-reitora e também se sentiu ameaçada com a fala do reitor: “Quais os mecanismos que teremos para nos defender? O reitor tem muito mais mecanismos e voz aqui dentro. O CEG tem que se defender. E se não revogarmos a moção, ele vai fazer o quê? Fechar o CEG? Que tipo de ameaça velada é essa?”, questionou Silvia Possas.

A representante técnico-administrativa Ana Maria Ribeiro, responsável pela redação da moção, afirmou que teve o cuidado de ler e reler o documento. Deixou claro que ela poderia ser reescrita. Contudo, também reforçou a argumentação, motivadora do texto, em função dos ataques que o CEG teria sofrido. Defendeu que o conselho só deveria revogar a moção, caso existisse um movimento de mão dupla, de respeito ao CEG, o que não foi demonstrado no ambiente do colegiado: “Não podemos aceitar isso aqui como um ataque velado, a mão tem que ser dupla. Não estávamos atacando a Administração Central, em momento nenhum”.Belkis sugeriu convidar a pró-reitora Laura Tavares para discutir o assunto no CEG o que considerou mais justo, mas Ana Maria discordou. Para ela, Laura deveria fazer um pronunciamento público, dizendo que respeita o colegiado. No ponto de vista da conselheira Ana, com a visita do reitor já teria sido garantido, no colegiado, o espaço de manifestação para a Administração Central.A discussão continuou por um bom tempo. Porém, precisou ser interrompida, pois a pró-reitora Belkis chegou a chorar. Em seguida, como presidente do conselho, pediu a retirada do assunto de pauta e reiterou que convidaria a pró-reitora Laura para a próxima reunião.

domingo, 3 de outubro de 2010

BOICOTE: ESTE BLOG APÓIA!



Este Blog apóia o movimento que está vicejando entre os tutores: boicote JÁ aos pareceres na plataforma do SIGPROJ sobre novos grupos. Como não concordamos com a bárbara invasão do CONEXÕES no Programa de Educação Tutorial comandada pelo MEC-SESu, sem nenhuma discussão democrática com a comunidade petiana, então, a única forma de bradarmos ao mundo nosso descontentamento é não avaliar o que não conhecemos nem concordamos!

BOICOTE JÁ!!!

domingo, 26 de setembro de 2010

EM TEMPOS DE P.I.G. (PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA), RECOMENDAMOS CARTA CAPITAL



Viver é um ato político, de escolhas. Escolhemos aqui repudiar essa imprensa golpista, onde o ESTADÃO escolhe explicitamente José Serra, como O GLOBO e VEJA, enquanto o jornal FOLHA DE S. PAULO faz de conta que somos um bando de idiotas a bradar pela "liberdade de imprensa", quando clamam pela "liberdade das grandes corporações midiáticas". Quando Barack Obama chamou a rede de TV FOX de "partido político", todos anuiram. Quando o Presidente Lula diz o mesmo sobre o PIG brasileiro, aí é comparado aos piores ditadores do planeta.

Críticas ao governo também temos, mas sabemos reconhecer os acertos que conduziram a Nação a uma segurança social, política e econômica que torcemos e trabalharemos para manter.

Fora golpistas!

Reproduzimos abaixo a excelente matéria A ÚLTIMA MARCHA recém publicada na CARTA CAPITAL que está sendo achacada pela Vice-Presidente do TSE alimentada por denúncia anônima.


A ÚLTIMA MARCHA
Leandro Fortes
Alimentada pela mídia, a oposição tenta evocar fantasmas do passado de triste memória
A pouco mais de uma semana das eleições, o núcleo da campanha do candidato do PSDB, José Serra, debatia-se com a possibilidade ou não de usar, no horário eleitoral da tevê, um vídeo de terror eleitoral criado no melhor estilo do cineasta Zé do Caixão para fazer de cada eleitor brasileiro uma Regina Duarte em pânico. Na peça, veiculada na internet, pergunta-se se Dilma Rousseff será capaz de segurar os radicais do PT, “o partido que não gosta da imprensa”, representados por cães da raça rottweiler. Um dos pontos altos da propaganda mostra um exemplar da revista Veja em chamas.
A dúvida sobre a exibição não era só de ordem “marqueteira” (ataques desse naipe funcionam ou não?), mas jurídica. A lei eleitoral proíbe “efeitos especiais”na campanha, entre eles colocar atores para interpretar personagens reais – no caso Lula e Dilma.
O comercial tucano coroa um momento singular da vida política brasileira. Após o presidente da República reclamar do comportamento da mídia, que, segundo ele, age como partido político, uma reação capitaneada pelos meios de comunicação fez lembra as marchas que clamavam pelo golpe militar em 1963 e 1964. O mais badalado evento, um ato na Faculdade de Direito do largo São Francisco precisou arregimentar alunos às pressas para formar um quórum de 150 participantes e propiciar a foto que os jornais estampariam no dia seguinte.
Chamado de “ato contra o autoritarismo”e saudado como reação indignada da “sociedade civil”, o ato reuniu, em sua essência, militantes e simpatizantes do PSDB, entre eles ex-ministros do governo FHC, como José Gregori e José Carlos Dias. O ex-comuna Ferreira Gullar e o historiador Marco Antonio Villa, que integram um pequeno grupo de “intelectuais” sempre dispostos a corroborar as críticas fáceis e os lugares-comuns. Talvez por isso o movimento tenha repetido com tanta diligência e exatidão os pensamentos de seu mentor, FHC. Lula foi comparado a Mussolini, Luis XIV e Hugo Chávez. Faltaram citações a Stalin, Fidel Castro, Hitler e ao próprio Asmodeu, mas deve ter sido por falta de tempo.
Em reação, na quinta 23, o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé promoveu, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, ato contra o que chamaram de “golpe midiático”. Mas, ao contrário das alvíssaras dedicadas ao evento no Largo São Francisco, a manifestação dos movimentos sociais foi retratada nos meios de comunicação como uma reunião patrocinada pelo governo e o PT com viés autoritário. Como se vê, quem se apresenta como democrata pretende, no fundo, monopolizar a liberdade de expressão.
É tal o anseio de liberdade dessa turma, aliás, que vale até recorrer aos milicos de pijama do Clube Militar do Rio de Janeiro. Reduto de notórios democratas, como é de conhecimento geral, o clube sediou, também na quinta 23, debate intitulado “A democracia ameaçada: restrições à liberdade de expressão”. Participaram os jornalistas Merval Pereira, de O Globo, e Reinaldo Azevedo, blogueiro da revista Veja, além do diretor de assuntos legais da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Rodolfo Machado Moura. Não se sabe quando a liberdade de imprensa passou a preocupar tanto os aposentados das casernas, que nunca esconderam as saudades da “gloriosa revolução” que calou jornalistas e torturou e matou seus opositores. O Brasil nunca esquecerá a contribuição desse grupo ao avanço da nossa democracia.
Quem observa a distância não duvidaria em definir como sanatórios certos ambientes do País. A partir de algumas denúncias concretas, cuja apuração rigorosa e completa é absolutamente necessária, envenenou-se o ar na reta final da campanha. Embora a maioria da população não compartilhe desses sentimentos e esteja alheia às disputas pelo poder, o clima revela mais uma vez a dificuldade de uma parcela substancial da chamada “elite”de compreender a realidade à sua volta.
A enxurrada de denúncias, algumas fundamentadas e outras não, formou um repasto. Novas acusações substituem as anteriores antes mesmo de os fatos terem sido esclarecidos. Há menos de um mês, o que mobilizava a campanha de Serra era a criminosa quebra de sigilo fiscal de amigos, correligionários e de sua filha Verônica. O tucano, de início, acusou a adversária Dilma Rousseff de participação no crime. Como o caso não rendou os frutos eleitorais esperados, a oposição abandonou a estratégia. Sem a pressão do jogo político, a apuração policial caminha cada vez mais para demonstrar que se tratou de crime comum, a comprovar a notória suspeita de que a Receita Federal virou um balcão de negócios no qual se negociam impunemente os dados dos cidadãos que a autarquia deveria preservar.Sem condições de culpar a candidata governista, partiu-se para o segundo tiro: as denúncias de nepotismo e tráfico de influência a envolver a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, principal assessora de Dilma Rousseff no governo, e seus parentes. Desta vez, apesar de a acusação central não ter sido comprovada até o momento, o pagamento de propina de 5 milhões de reais que iriam parar na “campanha eleitoral”, a consistência de várias das acusações provocou um efeito dominó. Erenice, seus parentes e outros envolvidos foram obrigados a deixar postos no governo. O escândalo colocou Dilma na defensiva e aumentou a esperança de um segundo turno, ainda que os números continuem a indicar o desfecho das eleições em 3 de outubro.
Em todos os casos, falta o nexo causal entre Dilma e o lobby praticado pelos filhos de Erenice. Foi a vez então de mirar em Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Martins, ex-guerrilheiro que ajudou a sequestrar, durante a ditadura, o embaixador dos EUA Charles Elbrick, também é ex-diretor da sucursal de Brasília do jornal O Globo e ex-comentarista da TV Globo. Desde que virou ministro, em 2007, passou a encarnar o papel de algoz na visão dos grandes grupos empresariais do setor de comunicação. Aos olhos da mídia hegemônica, o jornalista cometeu ao menos quatro pecados mortais: viabilizou a criação da TV Brasil; estimulou a convocação da 1a. Conferência Nacional de Comunicação Social (Confecom); democratizou a distribuição de verbas publicitárias do governo; e, o mais grave de todos, ousou criar em julho passado, uma comissão interministerial para estabelecer novo marco regulatório para as concessões públicas de telecomunicação e radiodifusão no Brasil. O relatório final sobre o assunto ficará pronto em novembro.
O ministro logo descobriu que ninguém mete a mão impunemente em um vespeiro desse tamanho. Na terça 21, o jornal O Estado de São Paulo destacou, na primeira página, que um filho de Franklin Martins, o também jornalista Carlos Martins, trabalhava em uma empresa, a Tecnec/Rede TV, contratada pela Empresa Brasil de Comunicação – apresentada como “a TV do Lula”- por 6,2 milhões de reais, em dezembro de 2009. O fato de ter sido uma escolha por licitação, pelo critério do menor preço, não fez nenhuma diferença. No outro dia, a mídia de sempre seguiu a tocar o tambor em cima do novo “escândalo”. Antes, a NBR, tevê estatal ligada à EBC, havia sido “acusada”de filmar a presença de Lula nos comícios de Dilma. Ou seja, tentou-se criminalizar uma atribuição funcional da emissora, a de fazer qualquer registro histórico do presidente da República, sem a obrigação de divulgá-lo.Assim, também para atingir o governo, há duas semanas um homem ainda não identificado se dirigiu à Procuradoria de Defesa do Cidadão, do Ministério Público Federal no Distrito Federal, para fazer uma “denúncia”: a Secom destinaria “vultosas” quantias em dinheiro, em forma de publicidade, para a revista CartaCapital para apoiar Dilma Rousseff.Em tempo recorde a “denúncia” foi repassada à Procuradoria Regional Eleitoral da República, em Brasília, e em seguida mandada para as mãos de Sandra Cureau, vice-procuradora eleitoral, por se tratar de tema referente à eleição presidencial.Doutora Cureau (pronuncia-se “quirrô”, como ela faz questão de frisar) é uma senhora de aparência cândida, de olhos pequenos e azulados, emoldurados por finíssimas sobrancelhas, sempre muito arqueadas. Foi colega de classe, no Rio Grande do Sul, do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e da ministra Ellen Gracie, do STF. Desde que assumiu o cargo, tem sido particularmente rígida quando o assunto é eleição presidencial. Partiu dela a decisão de multa o presidente Lula ao menos quatro oportunidades por “campanha antecipada” a favor de Dilma. Em nome dos fatos, diga-se que as multas têm mais a ver com a rígida legislação eleitoral brasileira do que com recônditas intenções da procuradora.
Mas também em nome dos fatos é preciso dizer que Sandra Cureau, feita heroína na mídia, já usou dois pesos e duas medidas em casos semelhantes. A procuradora, em atitude pouco educada, chegou a recomendar a Lula que fechasse “a boca”, sob o risco de promover a cassação de registro da candidatura de Dilma Rousseff. Mas, quando o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PPS), elogiou Serra, então pré-candidato tucano, o tratamento foi mais afável. “Não pode (Goldman), falando oficialmente como governador, dizer as coisas boas que Serra fez. Ele está indicando à população que Serra é a pessoa ideal para governar o País”.
Na sexta 17, quatro dias depois de CartaCapital denunciar a quebra de sigilo promovida pela empresa de Verônica Serra em 2001, um ofício assinado por Sandra Cureau chegou à redação da revista, em São Paulo. O ofício requisitava, num prazo de 5 dias, cópias de todos os contratos publicitários assinados com o governo federal entre 2009 e 2010. No documento não consta qualquer menção aos motivos pelos quais foram solicitadas as informações, ou a identidade do solicitante. De acordo com a assessoria de imprensa da procuradora, o cidadão que fez a denúncia em Brasília pediu para ter o nome mantido em sigilo, e assim foi feito.
A assessoria também informou que ofícios semelhantes haviam sido enviados, na mesma data, à Casa Civil da Presidência da República e ao TCU. Estranhamente, os serviços postais, tão eficientes em entregar o ofício de requerimento de informações à sede da CartaCapital, em São Paulo, não conseguiram, até o momento do fechamento desta edição, levar o mesmíssimo documento a endereços localizados em Brasília, a poucos quilômetros da Procuradoria-Geral da República. Nem a Casa Civil nem o TCU receberam qualquer ofício.
É interessante constatar que jamais houve a disposição da vice-procuradora-geral eleitoral de investigar casos fartamente documentados de utilização de recursos públicos para financiar veículos de comunicação claramente alinhados com a candidatura de Serra. Dados da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo, do qual Serra foi governador até dois meses atrás, revelam que, entre 2007 e agosto de 2010, o governo tucano gastou 771 milhões de reais em publicidade, dos quais 155 milhões de reais foram direcionados apenas para revistas e jornais. Isso sem concluir os gastos feitos pelas estatais paulistas, como a Sabesp, companhia de esgoto e água de São Paulo, acusada de fazer propaganda irregular em estados tão diversos como RJ, MG, ES, PR, SC, RS, GO, DF, MS MT, BA, CE, PE, AL, MA, PA e AC.
Levantamento feito pelo blog NaMariaNews, especializado em vasculhar as relações entre a Secretaria de Educação de São Paulo com a mídia paulistana, a partir, a partir de pesquisa dos editais publicados no Diário Oficial, oferece à dra. Cureau muito mais do que uma simples denúncia anônima. O blog descobriu uma intensa relação da gestão de Serra com o Grupo Abril, fonte interminável de material usado pelo tucano em programas veiculados na tevê no horário gratuito eleitoral.Entre 2007 e 2009, somente com as aquisições de quatro publicações ditas “pedagógicas”(Nova Escola, Recreio, Guia do Estudante e Veja) o governo paulista pagou ao Grupo Civita 34,7 milhões de reais.
O Ministério Público Estadual acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e abriu um inquérito civil para apurar irregularidades, especificamente, em um desses contratos, firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da Nova Escola. Apenas com essa compra, equivalente a quase 25% da tiragem total da revista em questão, a Editora Abril recebeu 3,7 milhões de reais dos cofres públicos de São Paulo. Ato contínuo, Serra também apresentou proposta curricular que obriga a inclusão, no ensino médio, de aulas baseadas no tal Guia do Estudante, também da Abril.
O blog NaMariaNews analisou ainda outros contratos entre o governo Serra e a mídia paulistana. No DO de 12 de maio de 2009, por exemplo, revela-se que o tucano comprou, por 2,7 milhões de reais, 5.449 assinaturas da Folha de São Paulo. No DO de 15 de maio do mesmo ano, está registrado outro contrato de compra de também 5.449 assinaturas do jornal O Estado de São Paulo, por 2,6 milhões de reais. Em 21 de maio, foi a vez das Organizações Globo serem beneficiadas pela generosidade tucana: por 1,1 milhão de reais, o governo paulista adquiriu 5.449 assinaturas da semanal Época.
E o que dizer do maior escândalo de corrupção dos últimos tempos, o chamado “mensalão do DEM”, que levou à cassação do governador José Roberto Arruda no DF? Antes de estourarem as denúncias de corrupção, gravadas em vídeo, Arruda foi apresentado pela Veja como um exemplo de administrador eficiente e honesto. Coincidência ou não, o governo do DF havia assinado um contrato de 442,4 mil reais para a aquisição de assinaturas da revista em 15 de junho do mesmo ano. A entrevista saiu logo depois.
Na mesma data, Arruda usou expediente semelhante para garantir a compra, por 2,9 milhões de reais, de 7.562 assinaturas diárias do Correio Braziliense, o maior jornal da capital federal, a serem distribuídas, ao longo de 2009, a professores e alunos de 199 escolas do DF. O contrato com o Correio, firmado com o então secretário de Educação do DF José Valente uma das estrelas dos vídeos de propinas gravados pelo delator Durval Barbosa, do chamado “mensalão do DEM”, previa como fonte de pagamento o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação, o Fundeb. Ou seja, de recurso destinado, originalmente, ao financiamento de educação básica, aí incluídos creche, pré-escola, ensino fundamental e ensino médio, além de educação de jovens e adultos.
O ex-governador do DEM também tratou de agraciar a Editora Globo com um contrato de 4,9 milhões de reais, embora não tenha sido para distribuição de revistas e jornais. Firmado com a Secretaria de Educação em 20 de março de 2009, tratava de aquisição de 239,2 mil livros “com o fito de compor o acervo bibliográfico” das 620 escolas públicas do DF. A fonte pagadora era o salário-educação, gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do governo federal – aliás, onde também está hospedado o Fundeb.
Extraído de CartaCapital No. 615

terça-feira, 21 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

RAIO X DO MEC AO PROPOR O "NOVO" PET (no words ...)


Sugestão de leitura: "Sobre Ratos e Homens", de John Steinbeck

O "NOVO" PET PARA SUA COMUNIDADE (no words ...)


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

MINISTÉRIO MANDRAKE!


O Ministério-Mandrake da Educação relatou que misturar propostas diferentes sob a mesma égide é experimentalismo para tornar miscível o óleo em água. Conseguindo este feito de alquimia-mandrakismo, eles irão reviver a experiência da pedra (nada) filosofal ...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DE UM LEITOR: VIDA DIFÍCIL PARA O PET ...




Chega uma hora em que é preciso parar, refletir e... então... sermos estratégicos.


Neste difícil momento, me parece que deveríamos focar, primeiramente, naquilo que é mais acessível, mais promissor e deixarmos o mais dificil pra ser feito mais à frente.


Ou seja...primeiro vamos tratar de garantir o Plínio no segundo turno.


Depois, a gente então focaria no que é mais difícil:ENSINAR PRA SESu o que é que é...EDUCAÇÃO TUTORIAL.




Luiz Eduardo

terça-feira, 7 de setembro de 2010

PET: NOSSO DEFEITO...



O PET faz ENSINO.

O PET faz PESQUISA.

O PET faz EXTENSÃO!

Este é o mal do PET:

não se superespecializa em ENSINO;

não se superespecializa em PESQUISA;

não se superespecializa em EXTENSÃO!

Por estas razões o MEC decidiu liquidá-lo e colocar suas entranhas nos programas de assistência social do governo ...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

DE LEITOR: (DES)ADMINISTRAÇÃO DO PET PELA SESU-MEC



"O PET está há quase dois anos sem avaliação!

Passaram-se dois anos s em que a SESu convocasse reunião do Conselho Superior do PET.

Taxas acadêmicas continuam em atraso.

Outros Programas pagam bolsa-aluno em dia e em valores melhores que o do PET.

Isto se resume em uma única palavra: INCOMPETÊNCIA!

Quando o Ministro acordará para o fato de que já passou o prazo de validade da atual Secretária da SESu (que, diga-se de passagem, nada entende de Educação Superior - quem duvidar, acesse o Lattes dela no site do CNPq - com um currículo assim ela sequer chegaria aos três anos do tempo de tutoria que ela afirma pertencer a si próprio, opssss..., à SESu - no words more...)."
David

OPINIÃO DE LEITOR


O PET está sendo cada vez mais massacrado pelos altos escalões. Todas as noticias que me chegam são desanimadoras.

Todos sabem dos problemas: Vinculação do PET com outros "PET´s". Rotatividade compulsória, planejamentos e relatórios atrasados, atraso do custeio, atraso e não reajuste da bolsa...

Enfim, o PET está abandonado!

Em Natal, conseguimos um feito marcante. Foi um grande passo para os manifestantes, mas, ao meu ver, um pequeno passo para o programa.

Estou há três anos no PET, e o programa me proporcionou uma melhoria impar tanto em aspectos profissionais quanto pessoais. Por isso, fico tão chateado com o descaso do programa por parte das autoridades.

Meu tempo no PET está terminando, mas eu gostaria muito que outras pessoas tivessem a mesma oportunidade que tive. Para tanto precisamos lutar por nossos direitos reividicando os pontos citados acima.

É um ano eleitoral, temos tudo para reverter a situação, só depende de nós.

Talvez uma manifestação sacudiria o pilar do alto escalão e eles olhariam para nós amedrontados para que seus futuros sucessores não perdessem 1% dos votos.

Não precisamos nos deslocar até Brasilia, somos um grande numero aqui e temos a comunicação a nosso favor.

É uma idéia....
Alan

JORNADA PARANAENSE DO PET



Professores Marcos Cesar Danhoni Neves, ex-presidente da CENAPET, e Profa. Nilce, da UFPR, sob a Coordenação do Prof. Wilson Frezzatti, debateram ontem de manhã na mesa redonda: AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS DO MEC PARA O PET.

A íntegra do evento pode ser visto no site: http://jornadaparanaensepet.jimdo.com/

A íntegra das falas pode ser acessada na rádio web do evento:

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

LIÇÕES DE MAGRITTE AO SR. MINISTRO FERNANDO HADDAD (... no words)



Vejam o trecho abaixo relativo a bolsas de produtividade do CNPq (encontrável no site: http://www.cnpq.br/normas/rev/is1205.pdf )

(...)
4.2. O pesquisador com bolsa vigente e classificado na categoria I nível A que,
por 15 (quinze) anos consecutivos
, tenha permanecido nesse nível, com ininterrupta produção
científica em sua área de atuação, de acordo com sua qualificação e experiência e, tenha
contribuído significativamente para a formação de pesquisadores em diversos níveis, poderá
solicitar à Presidência do CNPq seu enquadramento na categoria Pesquisador Sênior.
4.3. O título de pesquisador Sênior do CNPq, após concessão pelo Conselho Deliberativo, é
vitalício.
O adicional de bancada que acompanha o título poderá ser renovado a cada 6 anos (...)


Esta é a Lei para o PQ. Já no PET, tutores bem avaliados e experientes serão colocados na sarjeta da história da (des)Educação deste país. Trabalhamos para qualificar a tríade universitária (Ensino-Pesquisa-Extensão). Trabalhamos para um sistema avaliativo eficaz do PET! E o que ganhamos em troca? o desterro, a ingomínia, o desprezo.

Se Fernando Haddad é "corajoso" o suficiente para levar adiante as medidas que ele colocou nas duas portarias que, praticamente, abolem o PET, que leve estas mesmas medidas para serem apreciadas pelo seu colega de Pasta do Ministério da Ciência e Tecnologia. Que proponha também ali a efemeridade da bolsa pesquisador e que se estenda "a experiência da PRODUTIVIDADE para os IMPRODUTIVOS", como ele sugere nas Portarias.

Coragem Ministro!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PARA ENXERGAR O FUTURO É NECESSÁRIO OLHAR O PASSADO



Da escritora Rula Jebreal e roteirista do filme "Miral" dirigido por Julian Schnabel:

"eu sei que, para enxergar meu futuro, preciso olhar para meu passado.”

Isso vale para ela, sobrevivente palestina e também para o PET e sua história excelsa.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

RECORDAR É VIVER: O QUE FOI A ÚLTIMA REUNIÃO DO CS-PET EM BRASÍLIA ...



A reunião do CONSELHO SUPERIOR (CS) DO PET, ocorrida no dia 21 de junho, após dois anos de insistentes pedidos de sua convocação pela CENAPET, mostram alguns aspectos deletérios das instituições e da natureza humana. Vejamos:
i) a reunião começou sem a aprovação da última ata, dois anos antes. Isso demonstra que não existe o mínimo intresse na historicidade do Programa. Falta respeito ao passado. A memória do PET está em fragmentos (nem a idade correta do PET a SESu sabia...);
ii) no início das falas, todos os personagens, estranhos ao CS (FORPROEXT, representada pela filha da economista Maria da Conceição Tavares; PET-SAUDE, representada por Estela Haddad; FORGRAD), já manifestavam contentamento com as "mudanças" do PET. Questionamos este fato já em seu início, pois estas "mudanças" já estavam previamente definidas à revelia de um diálogo prévio com a CENAPET!
iii) a truculência e o "tour du force" da própria Secretaria, comandando como um maestro, uma reunião orquestrada desde os últimos eventos regionais (SULPET e ECONPET), quando um emissário da SESu para lá foi dirigido e captou a questão da "CENAPET Jurídica - Não Jurídica". A informação do emissário deu "tranquilidade" (e truculência!) à Secretaria de decretar que a CENAPET não representa tutores e alunos;
iv) intimidações levantadas orquestradamente pelos presentes.
De toda esta análise, depreendemos que:
a) o quadro político atual é infinitamente pior que aqueles praticados pelos sequazes do governo FHC (ao menos, anunciavam EXTINÇÃO como EXTINÇÃO e não como subterfúgios de PETs genéricos e rotatividade forçada de tutores);
b) intimidação virou moeda política;
c) cooptação virou estratégia permanente, trazendo programas desconexos para serem abrigados pela sigla PET;
d) descaracterização acelerada do Programa de Educaçãoo Tutorial, misturando sua filosofia com problemas de cunho populista, eleitoreiro, profissional, assistencialista (na pior acepção desta palavra);
e) tentativa de destruição em larga escala da memória do PET: liquidação de representatividade, rotatividade forçada de tutores, nenhuma convocação do CS, cooptação de instituições e pessoas, etc.
Vida dura ao PET: ou resistimos, como fizemos em nossa primeira década de luta contra a extinção, ou esta mesma extinção nos esperará, em curto prazo, dentro da vala comum onde caíram tantos programas de excelência!
À luta sempre!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VAMOS LEVAR A VOZ DA DESTRUIÇÃO DO PET (original) PARA TODO O MUNDO!



(Fonte: contador de aglomerações CLUSTERMAPS indicando o alcance dos acessos ao Blog PETBRASIL desde sua criação há dois anos)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O AI-18 (PORTARIAS 975/976) DO MINISTRO FERNANDO HADDAD ...


Protesto de estudantes marca palestra de ministro da Educação
Extraído de: Nominuto.com

Alunos exigiam a apresentação a Fernando Haddad do abaixo-assinado contra as portarias 975 e 976, assinadas há dois dias.

Na palestra de encerramento da 62ª SBPC, realizada pela 2ª vez na UFRN, alunos que participavam do evento se aglomeraram em frente ao auditório da Reitoria e entoaram palavras de ordem ao ministro da Educação, Fernando Haddad.
Os alunos integrantes do Programa de Educação Tutorial exigiam a entrada no auditório para entregar ao ministro um abaixo-assinado contendo 1.400 assinaturas contra as portarias 975 e 976, baixadas há dois dias.
Um princípio de tumulto foi formado quando alguns estudantes tentaram furar o bloqueio da segurança e entrar no salão. Após o pedido de Haddad, os estudantes entraram e sob a promessa de diálogo aberto no final da exposição.
De acordo com Fábio Huneche, bolsista do PET, as portarias 975 e 976 restringem o tempo de permanência dos tutores (líderes de grupo) em seis anos, além significar a perda de representatividade junto ao Ministério da Educação, e criar o PET Quilombola entre outros.
Não concordamos com as portarias e vamos debater com o ministro sobre isso. O PET é um excelente programa, mas da forma que está a criação de outros PET desvirtuará o programa. Queremos, senão a revogação, melhorias dessas portarias, declarou.

DO EDITORIAL DO JORNAL "O ESTADO DE S. PAULO"


É o Blog que é injusto com a péssima equipe do MEC que desfiguoru o PET, ou é a equipe que não merece crédito mesmo?!?

Vamos ao Editorial de 07/08/2010:

"Recentemente, sob a justificativa de estimular os programas de serviços à comunidade e evitar que o próximo governo “acabe” (sic) com o Programa de Educação Tutorial (PET), que tem por objetivo qualificar os melhores alunos da graduação, o MEC baixou duas portarias que o desfiguram inteiramente. Interpelado duramente por professores e alunos durante a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Natal, Haddad prometeu rediscutir as mudanças e revogar as portarias."

Será que foi o Blog que escreveu isto?

Será que foi a comunidade petiana "malvada" que não compreendeu o Ministro?!?

Sejamos francos: a desculpa de que o Conexão-Saberes grudou no PET para poder facilitar o lançamento do Programa numa única portaria, soa como esculhambação. E foi justamente isto que ocorreu: dois programas completamente diferentes, quando colocado juntos, só tinha que dar no que ainda dará: a canibalização de um deles. No caso presente, o PET original!

Vergonha, um governo como este, que se tornou célebre por ações educacionais muito acertadas, destruir o único Programa que fez frente ao governo FHC-PAULO RENATO SOUZA evitando sua própria extinção ...

E aí Ministro? A promessa na plenária final da SBPC vai se esvanecer no ar?!? Foram palavras ao vento?!? Haverá respeito ao público com a res publica ?


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A NOVA PONTARIA, DIGO, PORTARIA DE EXTINÇÃO DO PET (original) ...

NO WORDS

DE UM LEITOR: VAMOS PARA AS DELEGACIAS DE TODO O PAÍS!


De um leitor do Blog:

"O PET morreu com pessoas assim no comando [que enfiaram goela abaixo de todos generalidades sociais com o nome de PET].

Aqui no RJ nós vamos para uma delegacia prestar queixa contra quem está fazendo isso com o PET.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

EXTRA, EXTRA: DEU NO JORNAL DA CIÊNCIA DA SBPC



PET: EDUCAÇÃO TUTORIAL SOB AMEAÇA


O PET é um programa controverso. Amado por uns, nem tanto por outros. Tem no currículo a façanha de ter resistido a uma tentativa de extinção por parte do próprio ministério que o criou. Virou lei em 2005, já na gestão do ministro Fernando Haddad.

Ato contínuo mudou de nome e missão. Deixou de ser Programa Especial de Treinamento que atuava na formação de seus doze membros através de atividades de ensino, pesquisa e extensão, e passou a ser Programa de Educação Tutorial com a missão de atuar junto aos projetos pedagógicos dos cursos em que estão inseridos e difundir o modelo de educação tutorial.

É verdade que a educação tutorial continua como algo alienígena ao ensino superior brasileiro. Pedindo desculpas pela generalização e caricatura, por aqui ainda vige o modelo de aulas expositivas em que o professor vocifera por quase duas horas conhecimentos para uma platéia passiva de alunos.

A revolução de transformar a sala de aula em laboratório, do aprender fazendo, resolvendo situações problemáticas, e principalmente, da autonomia para os estudantes que passam a ser sujeitos de sua própria aprendizagem, por aqui ainda não chegou.

Feynman, o grande físico, quando aqui esteve na década de 50 visitando os melhores institutos brasileiros, ficou estupefato: o bom aluno brasileiro sabia tudo na teoria, mas era incapaz de utilizar seus conhecimentos nas situações mais cotidianas. Nada mudou desde então e continuamos no mesmo paradigma.

Ainda com esta importante missão por cumprir, a Secretaria de Ensino Superior do MEC baixou uma portaria, que no intuito de unir sob a mesma normatização o PET com um outro programa de inclusão social, o Conexão Saberes, retira do PET o vínculo com o curso de graduação e a missão de difusão da educação tutorial.

Desta vez não há ameaça de extinção, pelo contrário, o edital lançado prevê a criação de 150 novos grupos PET e 150 grupos do Conexão Saberes. Expansão necessária e bem-vinda. Mas precisa desfigurar o PET, que já tem 30 anos de sucesso?

Dirigente adora mudar a legislação. A Portaria 591 de 2009 que rege o PET ainda não tem 15 meses de existência, e já se a quer modificada por estas Portarias, 975 e 976, do dia 27 de julho.

Por ocasião da palestra do ministro Haddad na SBPC, no dia 30 de julho, o PET fez uma manifestação, e conseguiu que o ministro recebesse uma comissão de representantes do PET para uma reunião. A reunião aconteceu no dia 6 de agosto, no gabinete do ministro. Os petianos colocaram suas apreensões, mas as portarias estão em vigor e não foram alteradas em uma única vírgula. Não basta receber, há que ouvir e modificar.

A representação petiana aguarda a convocação para a segunda reunião. Em tempo, a Assembleia Geral da SBPC, no dia 29 de julho, aprovou uma moção solicitando a revogação das ditas portarias.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

SOBRE A DESTRUIÇÃO DO PET (original!) PATROCINADO PELA SECRETÁRIA DA SESU E SANCIONADA PELO MINISTRO FERNANDO HADDAD



Continuando nossa busca para compreender a prática eleitoreira do Ministro Fernando Haddad e sua troupe (Secretária da SESu e Lord Faquaard, ops, dileto assessor aspone), buscamos em Esopo uma fábula sobre os "ossos":

"Um dia, um cão, carregando um osso na boca, ia atravessando uma ponte. Olhando para baixo, viu sua própria imagem refletida na água. Pensando ver outro cão, cobiçou-lhe logo o osso que este tinha na boca, e pôs-se a latir. Mal, porém, abriu a boca, seu próprio osso caiu na água e perdeu-se para sempre."

DITOS POPULARES


Depois de ouvir a Secretária da SESu e um seu fiel escudeiro, um dito popular nos vem imediatamente à cabeça:


- "de boas intenções o inferno anda cheio"!


REPASSANDO: "FORUM DE 600 PROFESSORES E ALUNOS DE UNESP E USP DEBATE EDUCAÇÃO TUTORIAL"



Fórum de 600 professores e alunos de Unesp e USP debate educação tutorial
Representantes do MEC também participaram de evento sobre o tema em Águas de Lindóia


O Fórum USP/Unesp de Educação Tutorial em Águas de Lindóia, realizado de 15 a 17 de agosto, foi a primeira iniciativa para aproximar programas de Educação Tutorial (PETs) das duas instituições. Participaram do evento cerca de seiscentos alunos e professores, além da secretária Maria Paula Dallari Bucci, da Secretaria de Educação Superior, órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela gestão do PET.
“A graduação é a dimensão mais importante da Universidade, é o seu coração. O PET permite potencializar a formação dos estudantes, os currículos e as relações no ambiente acadêmico”, afirma a pró-reitora de Graduação da Unesp, Sheila Zambello de Pinho. “Temos intenção de ampliar a quantidade de programas em nossa instituição, e este encontro é uma forma de buscar novas ideias para direcionar ações futuras”, disse a pró-reitora de Graduação da USP, Telma Maria Tenório Zorn.
Assessores da Pró-Reitoria de Graduação da Unicamp, que não mantém nenhum grupo PET, acompanharam o evento. O pró-reitor de Graduação da Pontíficia Universidade Católica de Campinas, Germano Rigacci Júnior, representou a instituição.
Os PETs buscam aperfeiçoar a graduação por meio de atividades de ensino, extensão e pesquisa. Os alunos participam com ou sem bolsas, mediante processo seletivo, que observa as médias no histórico escolar e pode aplicar provas de conhecimentos gerais e específicos, redações e dinâmicas de grupo. Os estudantes trabalham sob a tutela de um professor.
Eventos acadêmicos, visitas técnicas a grandes empresas, organização de aulas extracurriculares com profissionais de destaque em cada área, projetos com a comunidade, ações filantrópicas, divulgação de estudos e outras informações pertinentes à graduação, elaboração de material didático para as disciplinas e atividades culturais são algumas das formas de atuação dos programas. “Esse encontro permitiu dar visibilidade a ações exitosas e criativas dos programas mantidos pelas duas universidades”, disse o professor Pedro Geraldo Tosi, tutor do PET História, do câmpus da Unesp em Franca.
Alterações na Lei
Mudanças na portaria 591, da lei 11.180/2005, que institui os Programas de Educação Tutorial (PET), e a promulgação das portarias 975 e 976, da mesma lei, foram debatidas durante o evento. Representantes do MEC que participaram da abertura do encontro responderam a críticas e esclareceram alguns pontos das novas regras.
As modificações na legislação foram publicadas em 28 de julho deste ano. Elas determinam que, a partir dessa data, o tempo de permanência de um tutor no programa passa a ser limitado a três anos, renováveis por mais três, desde que com boa avaliação do MEC. Um novo edital ficará aberto até 8 de setembro para selecionar 300 novos PETs (há cerca de 400 em todo o país). Desse total, 150 usarão fundos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), destinados ao projeto Conexão de Saberes, que, com essa medida, integrará os demais grupos PET.
Segundo a secretária Maria Paula, as mudanças visam ampliar o número de programas no país e fortalecer suas atuações. “Tornaremos a iniciativa uma ação de Estado, e não de governo, o que significa que, independentemente das alternâncias do Poder Executivo, o PET manterá suas políticas.”
Alguns dos participantes do fórum preveem a rotatividade de tutores como prejudicial porque substituiria um membro experiente por um professor que pode não estar tão familiarizado com as atividades. Para a secretária, a troca visa permitir que o programa passe a ser visto como pertencente à instituição, e não a um membro da universidade ou a um grupo. “O PET representa tudo o que queremos para a graduação no Brasil, mas precisamos expandir sua atuação, incluir mais gente e integrar outros membros dos cursos.”
O MEC também reajustou o valor da bolsa-auxílio dos estudantes, que passou de R$ 300 para R$ 360. O valor pago aos tutores com título de doutor aumentou de R$ 1.394 para R$ 1.800. Para os mestres, o pagamento, que era de R$ 940, subiu para R$ 1.200.
Conexão de Saberes
Outro ponto debatido foi a fusão entre o PET e o Conexão de Saberes, um projeto que dá mais ênfase à extensão do que à pesquisa e ao ensino, além de priorizar a inclusão de minorias étnicas, como indígenas e quilombolas. Com a aproximação, seria possível desvincular o programa de uma graduação específica. Assim, um mesmo PET poderia ser formado por alunos de diferentes cursos, oriundos de uma mesma comunidade.
“Reconhecemos a necessidade de ampliar uma boa iniciativa como o Conexão de Saberes, mas isso em nada justifica descaracterizar o PET em seus moldes atuais”, afirma o professor Emanuel Rocha Woiski, tutor do PET Engenharia Mecânica, câmpus da Unesp em Ilha Solteira. Para ele, a ligação com o curso de graduação é muito importante. Por isso, ele sugere editais diferentes para os dois projetos. A secretária argumentou que a junção não desconfiguraria o PET e traria ao Conexão de Saberes características daquele programa.
Estudantes também questionaram a secretária da Sesu sobre outros aspectos da execução do PET, como atrasos nos pagamentos das bolsas, problemas do sistema de avaliação do MEC e a inexistência da figura do co-tutor. Ela reconheceu que é necessário aprimorar esses pontos. “Conheço perfeitamente o valor do programa porque durante minha graduação em Direito, na USP, eu fui uma ‘petiana’", lembrou. "Mas a iniciativa precisa ser aprimorada e ampliada para transcender esse grupo de participantes que temos hoje, que é ainda muito pequeno.”
(na foto: no centro do círculo a autora das Portarias, que se esmerou em debater com FORPOREX e FORGRAD as modificações que destruirão o PET (o original) , e se negou a conversar com a comunidade petiana previamente às duas portarias fascistas que o Ministro, diferentemente do que discursou - sob pressão petiana - no último dia da SBPC, acabou não modificando.

sábado, 21 de agosto de 2010

FORGRAD REAGE ÀS MANIPULAÇÕES E ARBITRARIEDADES DA SESu CONTRA A DESTRUIÇÃO DO PET (original)


O FORGRAD está reagindo contra a tentativa de manipulação levada à cabo pela Secretaria de Ensino Superior-SESu, no sentido de promover o Projeto Conexão Saberes em detrimento do Programa de Educação Tutorial-PET.

Levando em conta a excelsa história do PET e da sua luta em não ser extinto no governo FHC, sob a batuta do então Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, o FORGRAD ainda busca reafirmar-se para escapar das manivelas manipulativas do MEC.

No encontro com o MEC, sob a batuta de um recém-instalado "responsável" por Programas de Graduação naquela Secretaria (e com a presença do própria secretária), desfiou-se um rosário de imprompérios contra os 31 anos de existência do PET (original), jogando sua trajetória e memória na vala comum onde são sepultadas as grandes idéias de vários governos.

No entanto, na plumbea atmosfera mec'ana, parcela considerável dos pró-reitores refutaram a maioria dos argumentos do MEC. Providos de um documento da

CENAPET, entenderam que a junção de dois programas muito diferentes significará a destruição total do PET (original).

A titular da pasta da SESu mostrou novamente seu viés autoritário, impondo que ninguém mexeria nas Portarias e de que os grupos PET não mais seriam vinculados às suas graduações de origem.

A sensação geral era de um inquietante absurdo coletivo, onde o autoritarismo deveria ser respirado como ar natural das coisas.

Apesar da incredulidade e das falas dissonantes, o FORGRAD ainda não mostrou todo o poder de sua voz. Não endossa a destruição do PET (original), mas tem pela frente a difícil tarefa de ajudar a comunidade petiana a não ser novamente extinta como queria o nada saudoso Paulo Renato Souza.

À luta!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ATÉ LULA NÃO ESTÁ GOSTANDO DO QUE O MEC ESTÁ FAZENDO COM O PET (o original!) ...


Lula chama ministro da Educação de Fernando Henrique

(Jean-Philip Struck, enviado especial a Sorocaba)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o ministro da Educação, Fernando Haddad, de "Fernando Henrique", ao discursar na cerimônia de inauguração do campus da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em Sorocaba (a 99 km de São Paulo), que já funcionava no local desde 2008.
Haddad não estava presente. O ministro estava em outro campus, o da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em Curitibanos, a 296 km de Florianópolis (SC), que foi inaugurado simultaneamente e acompanhado por Lula através de um telão.
"Quero agradecer ao Fernando Henrique...ao Fernando Haddad", disse o presidente na cerimônia, ao elogiar a atuação do ministro.
Lula foi interrompido diversas vezes pelos aplausos do público, formado por militantes da CUT, do PT e estudantes. Ele também foi interrompido por servidores do Judiciário em greve que gritavam palavras contra o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), que compareceu ao evento.
Ao falar da sua experiência em campanhas passadas e nas quais foi derrotado, Lula afirmou que é necessário percorrer o país para conhecer o povo e as desigualdades.
"Os candidatos descem de um avião e vão direto para o palanque. Muitas vezes, eles nem conhecem quem está ao seu lado nesse palanque. É um coisa quase automática."
Ao fim da cerimônia, o presidente Lula retornou a São Paulo.

SÓ A VERDADE! O GOVERNO QUIS QUEBRAR O PET E ACHOU UM MOTIVO...



O PET histórico, que foi batizado com esta sigla não está nem contra o ...SAÚDE , nem contra o ... CONEXÕES SABERES! O PET está contra esta política do MEC de ter descaracterizado o Programa com a desculpade que "tinha que lançar numa mesma Portaria e num mesmo Edital" programas de natureza MUITO diferentes!

Até o uso indevido da sigla o MEC fez, e o fez pelo puro interesse de sepultar mais rápido o PET original.

Poderia ter lançado editais específicos para cada programa (e sem o assalto à sigla!). Mas, não! Inspirados pelo DAS PROZESS (O Processo) de Kafka, buscou, na última Portaria, enterrar a adaga fundo no coração do PET. Lembrando a frase final de Kafka: "(...) girou a adaga duas vezes no coração, enquanto K. fitava pela última vez seus carnífices. Era como se a vergonha devesse sobreviver-lhe"!

Que vergonha!

Que fim de etapa para um ministério que havia respeitado a educação ...

EROSÃO DO PET À LA GOVERNO FHC PROSSEGUE EM RITMO ACELERADO



O Ministro da Educação, vaiado em sua palestra na SBPC-Natal, prometeu rever os termos da Portaria que sua equipe-bomba havia lhe posto no colo. Prometeu, prometeu, mas não cumpriu.

O Ministro está tentando destruir 31 anos de história do PET agregando à ele um programa assitencialista (em sua pior acepção de extensão - que já foi refutado no SEURS) que o iguala a um programa de ação social do tipo "bolsa família". Infelizmente, programas de merecimento, no sentido stricto sensu da academia, como é o caso do PET original, estão caindo em desuso. Esta erosão durará ainda um tempo, até que o grande erro seja equacionado em futuro não tão distante.
Vejam esta notícia: " Ministério da Educação fará, na próxima segunda-feira, dia 23, videconferência para esclarecer dúvidas sobre o Edital nº 9, MEC/SESu/SECAD, PET/Conexões e outras questões relativas ao Programa de Educação Tutorial."

Pena que o Ministro Haddad, além de não receber o título de "pai dos pobres", será conhecido como aquele que suplantou Paulo Renato Souza, em suas estratégias de destruir o PET.

Tristes trópicos!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

NÃO SOMOS O QUE DISSERAM PARA NÃO SERMOS!


O movimento que se formou em torno da não extinção do PET, durante os anos de FHC, brindou o ambiente acadêmico com uma voz muitas vezes inauditas na busca da qualidade e da inter e multidisciplinaridade.

No entanto, após o sombrio mês de dezembro de 1997 (quando começaram a ser baixadas as primeiras portarias fascistas contra o PET), presidentes de determinadas agremiações acadêmicas, no afã de impregnar o PET com mirabolantes desenhos de assistencialismo vexatório (que a Academia já apontou, especialmente no SEURS, mostrando a necessidade da qualificação da extensão), conspiram para fazer o que nem FHC nem o seu Ministro da Privatização da Escola Pública, Paulo Renato Souza, tiveram a coragem de fazer.

Fernando Haddad não pode macular sua grande administração com um agrupamento de pessoas que, para fazerem nascer e/ou crescer seus programas, decidiram vampirizar e canibalizar o PET.

Somos a favor de uma Extensão de qualidade, ligado aos ideais acadêmicos e republicanos, na trama da Educação e da Ciência.

Somos contra golpes em Programas que mostraram sua qualidade ao longo de décadas (3 décadas como é o caso do PET!).

À luta petianos!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

CARTA DA CENAPET AOS PRÓ-REITORES DE GRADUAÇÃO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS


Aos senhores e às senhoras Pró-reitores de graduação das
universidades brasileiras,
É com grande alegria e entusiasmo, temperados por uma dose de
apreensão sobre o futuro do Programa de Educação Tutorial e da sua
contribuição à qualidade do ensino de graduação nas universidades, que, na
qualidade de presidente da Executiva Nacional dos Grupos PET,
representando mais de 4000 alunos e 400 tutores que compõem este
programa, dirijo-me a vossa senhoria para tecer as seguintes considerações.
É na moldura geral definida pela relevância do Fórum de Pró-reitores
de Graduação para o desenvolvimento e aprimoramento do ensino de
graduação no nosso país e pela histórica participação desse na defesa da
educação de qualidade, em geral, e na defesa do Programa de Educação
Tutorial, em particular, é que convidamos Vossas Senhorias a nos
acompanhar até o Manual de Orientações básicas do PET, versão 2006,
onde, no item Concepção Filosófica é afirmado que
A constituição de um grupo de alunos vinculado a um curso de
graduação para desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão sob
orientação de um professor tutor visa oportunizar aos estudantes
participantes a possibilidade de ampliar a gama de experiências em sua
formação acadêmica e cidadã.
O objetivo geral do programa afirma ainda que o PET pretende
promover a formação ampla e de qualidade acadêmica dos alunos
de graduação envolvidos direta e indiretamente com o programa,
estimulando a fixação de valores que reforcem a cidadania e consciência
social de todos os participantes e a melhoria do ensino de graduação.
E dentre os objetivos específicos está estimular a melhoria do ensino
de graduação através do desenvolvimento de novas práticas e
experiências pedagógicas no âmbito do curso e da atuação dos bolsistas
como agentes multiplicadores, disseminando novas idéias e práticas entre
o conjunto de alunos do curso.
Estes trechos retirados do Manual de Orientações Básicas ressaltam a
importância do vínculo do grupo PET com o curso de graduação e
salientam a importância da interação das atividades realizadas pelo grupo
com o projeto pedagógico do curso. Esta relação é garantida a partir da
participação do colegiado de curso no processo de elaboração e aprovação
tanto do Planejamento quanto do Relatório de Atividades do grupo, relação
esta que, até presente momento, era garantida pelo marco legal do
programa, ou seja, pela portaria 591/2009.
Um segundo aspecto que diferencia o programa é a busca da
integração do ensino, da pesquisa e da extensão no mesmo conjunto de
atividades, tendo a prática como instância fundamental de formação. A
formação do aluno do PET é mediada pela prática de proposição,
elaboração, realização e avaliação de atividades coletivas nestas três
vertentes da ação universitária, sem ênfase em apenas uma delas,
garantindo a diversidade e a indissociabilidade no processo formativo.
Um terceiro aspecto que diferencia o programa PET é a formação
tutorial, onde a função tutorial se estabelece em diferentes níveis. O que
chamamos de formação tutorial é o processo onde um dos membros mais
experiente de uma comunidade se responsabiliza por patrocinar a formação
de indivíduos que querem participar desta mesma comunidade. Esta
contribuição se materializa na ajuda ao aprendiz a direcionar o foco de sua
atenção e de suas ações, em explicitar os conhecimentos que o aprendiz já
possui, em ajudar a organizar o material disponível para o estudo e
coordenar a avaliação constante do processo. Esta relação tutorial é
esperada entre o professor tutor e os alunos, mas também se estabelece
entre os alunos mais experientes do grupo e os mais novos e, dentro da
organização do programa como um todo, entre os tutores mais antigos e os
mais novos. Também esta característica do PET é garantida pela expansão
gradual dos grupos, materializada pela inclusão de quatro bolsistas a cada
ano de existência do grupo, totalizando doze após três anos. Este
procedimento garante alunos de diversos adiantamentos e com diferentes
níveis de maturidade dentro do mesmo grupo de trabalho, através do qual
se obtém a construção de uma consciência coletiva e o amadurecimento de
todos.
É imperioso salientar ainda que todo o movimento para manutenção
do PET realizado no final da década de noventa e nos primeiros anos desta
década acabaram por transformar o próprio programa. Nosso compromisso
com a graduação, com a formação cidadã e com a construção coletiva do
conhecimento e dos valores se intensificou e se consolidou. Por outro lado,
este compromisso transformou o PET de um programa de governo em uma
política de Estado, garantida e mantida pela vontade política inquebrantável
deste conjunto de mais de 4000 bolsistas, outros tantos colaboradores e
seus 400 tutores, contando com a contribuição inestimável das pró-reitorias
de graduação através dos CLAs ativos para garantir a unidade e a
continuidade da filosofia, objetivos e características do PET. Por outro
lado, devemos considerar que a SESu ainda não conseguiu institucionalizar
o programa, apresentando ainda limitações na manutenção da sua memória
institucional e na realização de suas práticas administrativas, como a
avaliação e acompanhamento dos grupo e o pagamento pontual das bolsas e
das taxas acadêmicas. Neste contexto, uma contribuição insubstituível é
dada pelos tutores mais antigos do programa, que garantem a manutenção
da sua memória, a difusão das experiências de formação tutorial e das
práticas de acompanhamento e avaliação. A presença deste tutores garante
a permanência e a difusão de suas experiências nos diversos fóruns dos
PET e nas comissões de avaliação instituídas tanto pelas IES quanto pela
SESu. Estes fóruns são os próprios CLAs, o encontros de PETs dentro das
instituições (ditos interpets ou unipets) e os eventos de nível estadual,
regionais e o evento nacional, o ENAPET.
Dentro desta análise estrutural e conjuntural da situação atual do
PET, podemos entender os prejuízos ao programa trazidos pela
promulgação das portarias do MEC 975 e 976 de 2010. Examinamos a
seguir os pontos destas portarias que acarretam prejuízo ao programa:
1) Ao incluir o termo "estudantes em nível de graduação" e não fazer
o vínculo do PET com o colegiado de cursos ou equivalente, a portaria 976
desfaz o vínculo do grupo com o curso. A proposta de diálogo entre as
atividades do grupo e o projeto pedagógico do curso é, no mínimo, muito
prejudicada. Na nova proposta, perde-se a referência entre PET e
graduação; O grupo passa a ser vinculado a algum tipo não definido de
associação entre as Pró-reitorias de Graduação e Extensão.
2) Não está prevista a expansão dos grupos mediante avaliação
positiva, mas esta expansão fica sujeita a edital próprio. Este fato
inviabiliza ou, no mínimo, prejudica muito a relação que se estabelece entre
alunos mais experientes e mais novos dentro do grupo. O processo mesmo
de formação tutorial fica prejudicado, pois é reduzida a própria difusão de
conhecimentos e experiências dentro do grupo. Também o planejamento de
atividades em médio prazo fica prejudicado, pois o grupo não tem como
determinar qual será sua composição nos anos seguintes.
3) O CLA é ampliado com a inclusão de um representante da Próreitoria
de extensão (o que é uma reivindicação antiga dos membros do
programa), mas não é incluído um representante das pró-reitorias de
pesquisa e pós-graduação. No contexto em que se busca a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, esta proposta ainda é
acanhada, pois cria um vínculo específico com a extensão, mas não o
estende à pesquisa.
4) Os membros dos grupos PET, que são os agentes que efetivamente
realizam as atividades no âmbito das instituições, tem a sua
representatividade reduzida junto ao CLA a menos de um terço dos
componentes. Ou seja, aqueles que realmente vivenciam o dia-a-dia do
PET, as dificuldades e especificidades da realização das ações formativas
de caráter tutorial, têm sua representatividade reduzida.
5) O CLA, com esta representatividade específica da extensão e com
a representatividade dos grupos reduzida, assume poderes muito fortes no
desligamento de tutores, pois este pode simplesmente desligar um tutor sem
avaliação.
6) A representatividade dos membros dos grupos no Conselho
Superior do PET também é reduzida percentualmente.
7) Fica instituído que um tutor pode permanecer 3 anos no grupo
renováveis pro mais 3 mediante avaliação. Após esse período, o tutor tem
que ser desligado do programa.
8) Fica imposta a saída compulsória do tutor ao completar seis anos
de grupo. O prazo de permanência dos atuais tutores fica dependente da
interpretação dada ao artigo 15, inciso III. No caso de uma interpretação
que defenda a aplicação imediata do artigo, os professores que já possuem
seis anos ou mais devem ser afastados do programa imediatamente.
Os itens listados acima representam um significativo processo de
descaracterização do programa como até hoje conhecemos, pois sua
filosofia fica impedida de ser colocada em prática. Também os objetivos
do programa ficam bastante limitados na sua consecução, principalmente
no que tange a atuação para a modificação e melhoria da graduação, para a
expansão do ensino tutorial e interação com o projeto pedagógico do curso.
Devido as limitações estruturais da SESu já expostas anteriormente,
estes aspectos definidos pela portarias levam a desestabilização do
programa.
9) Cria-se um formato de PET chamado “conexão saberes” ,
destinado as Universidades Federais, e que deve incluir estudantes
oriundos de comunidades urbanas, indígenas e quilombolas; Estes grupos
tem um forte caráter extensionista e de manutenção dos estudantes na
universidade. Além disso, como deve ser bastante difícil construir um
grupo com este perfil em um único curso, este formato de grupo tutorial
deverá abranger diversos cursos, sem a identidade com um curso de
graduação nem ligação com o respectivo colegiado de curso, como previsto
no PET atual.
De qualquer forma, considerando a importância de ações que
incentivem a permanência de alunos pertencentes a minorias ou a grupos
urbanos desfavorecidos, a inclusão deste alunos das universidades federais
em um programa de qualidade como o PET não justifica a
descaracterização do formato atual grupos do PET, formato este construído
pelo debate amplo, pela vontade política, pelo compromisso social e pela
competência dos membros da comunidade acadêmica ligados ao programa,
sejam estes tutores, alunos, membros de comitês locais de
acompanhamento ou mesmo os pró-reitores de graduação. A necessidade
de criação de outros grupos de formação tutorial nas universidades federais
não pode descaracterizar um programa que, por suas conquistas históricas
no contexto da vida acadêmica da Universidade Brasileira, estabeleceu um
processo de formação diferenciado em uma experiência acumulada por
mais de trinta anos.
A partir do discutido acima, da necessidade de que seja estabelecido
um diálogo propositivo entre a comunidade petiana, representada pela
CENAPET, a SESu e a SECAD e considerando a importância dada por
estas secretarias ao formato PET Conexões Saberes, a CENAPET vem
solicitar aos senhores e senhoras pró-reitores (as) de graduação, através do
seu fórum específico, que dêem guarida ao debate amplo e democrático,
como é característico da comunidade acadêmica, e examine a proposta
apresentada abaixo. Esta proposta inclui um conjunto de ações gerais e será
encaminhada ao senhor Ministro da Educação, professor Fernando Haddad,
após a apreciação dos senhores e senhoras. Se implementada, este conjunto
de ações permitirá a não descaracterização do PET no seu formato atual, ao
mesmo tempo em que dará apoio o desenvolvimento do PET Conexões
Saberes nas universidades federais. O Conjunto de ações propostas são as
seguintes:
1. Separação da portarias que regem o PET/SESU e o PET Conexões
Saberes, de tal forma que o PET/SESu seja regido pela portaria do
MEC 591/2009 e o PET Conexões Saberes seja regido pela portaria
976/2010.
2. Inclusão no CLA das IES, mantida a representatividade definida na
portaria 591/2010, um membro da Pró-Reitoria de Extensão e um
membro da Pró-Reitoria de Pesquisa.
3. A expansão programada e sujeita a avaliação dos grupos PET/SESU
e o PET Conexões Saberes.
4. Apoio dos CLA dos PET SESu à formulação e avaliação de
propostas do PET Conexões Saberes, assim como a implementação e
o estabelecimento da identidade institucional destes grupo.
5. Criação de Comissões Nacionais de Avaliação distintas para os dois
programas.
6. Reformulação do Conselho superior para incluir ambos os programas
mantendo a atual representatividade percentual dos grupos PET.
As propostas encaminhadas acima têm o objetivo de manter o
programa PET tradicional no formato construído historicamente pela ação
de alunos, tutores e outros foros representativos dentro da academia,
considerando ainda que nem todas as instituições serão contempladas pelos
novos grupos. No entanto, está proposta também dá guarida, no âmbito do
programa, para o novo formato de grupos PET. Considerando que a
proposta original do PET Conexões Saberes não pretende ser apenas um
sistema de bolsas de permanência, mas sim um programa legítimo de
educação tutorial, então a experiência acumulada dos grupos PET será
fundamental no estabelecimento destes grupos. Além disso, nossa proposta
mantém toda a estrutura originalmente prevista para estes grupos,
acrescentando a experiência dos atuais grupos PET na criação dos grupos e
na consecução de seus objetivos, unificando os dois formatos sem prejuízo
mútuo.
A comunidade acadêmica em geral e, em particular, aqueles que
trabalham no desenvolvimento da educação tutorial nos cursos de
graduação do nosso país contam com o apoio dos senhores e senhoras próreitores
(as), e de seu fórum, para que o Programa de Educação Tutorial
mantenha sua significativa contribuição para a formação de qualidade na
graduação da universidade brasileira.
Agradeço sua atenção e subscrevo-me
Álvaro Leonardi Ayala Filho
Presidente da CENAPET.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A NOSSA CORREÇÃO DAS PORTARIAS



A SESu está inflexível nas portarias fascistas redigidas e editadas no apagar das luzes. A exclusão da CENAPET é só mais um prego no caixão que prepararam para o PET. Para esta situação só uma solução: un caixão para o MEC! E o mesmo usado nas manifestações de 1998, 1999 e 2004.

Como relembrar é viver, segue a foto acima.
Manifestação de rua já, e em Brasília!!!
À luta sempre!

domingo, 15 de agosto de 2010

BOLSAS CAINDO ... REAJUSTES, NÃO!



Muitos petianos comunicaram que a bolsa caiu, mas os reajustes prometidos há muitos meses, ..., estes ninguém sabe!

Com 300 novos grupos para serem implantados (metade dos quais uma paródia grotesca do PET, via Portarias 975, 976), o atraso poderá até ser bom para unir definitivamente todas as dores do PET e reuni-las em Brasília para um necessário acerto de contas com a democracia!

sábado, 14 de agosto de 2010

BOLSAS ATRASADAS ...


Novamente, dia após dia, mês a mês, as bolsas do PET vão se "notabilizando" pelo seu atraso costumeiro. Por quê?!?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CONFIDÊNCIAS



Docentes têm confidenciando nos corredores que estão muito preocupados da "sanha rotativa" do MEC contaminar o MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia, sobre bolsas produtividade do CNPq.

Eles acham que esta ação é mais ampla e visa a fazer comércio de bolsas, reduzindo os conceitos de "produtividade" e "tutoria", solapando os princípios fundantes destes programas.

O pior é que tem fundamento este receio.

O MEC brevemente deverá revelar seus passos em direção ao MCT. Estenderão também eles, no MCT, a "experiência de produtividade" aos improdutivos?!?

Quem viver, verá!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

NOTAS SOBRE FATOS RECENTES DO PET


Notas sobre fatos recentes do PET
Artigo enviado por Luiz Eduardo R. de Carvalho
Tutor do Grupo PET-Farmácia/UFRJ
(luizeduardo.email@yahoo.com.br)


1. No encerramento da SBPC, em Natal, o Auditório com mais de mil participantes pressionou o Ministro Haddad, para revogar as duas portarias contra o PET. Ele prontamente, muito simpático, convidou representantes do PET para uma reunião em seu Gabinete, na semana seguinte e esvaziou o protesto.

2. Na reunião em Brasília estavam 4 tutores, um representante discente, a Profa. Laura (PR-5 da UFRJ) e, me parece, a presidente do ForGrad (além da Secretária da SESu). No final da reunião, a Profa. Laura entregou ao Ministro uma carta.

3. O teor dessa carta vazou, posteriormente, na internet (imagino que algum Pro-Reitor de Extensão partilhou o conteúdo com algum Pro-Reitor de Graduação que, talvez, tenha então partilhado com algum Tutor, não sei). Aliás, não vejo problema nisso, porque são autoridades públicas, tratando de um assunto de interesse público, e deveriam fazê-lo mesmo e sempre sob critérios públicos de lisura e transparência.

4. Naquela carta surge uma acusação contra o “PET”, de que estaríamos capturando um Programa que é público. A solução para isso, que está nas entrelinhas, é expulsar do Programa todos os Tutores com mais de seis anos (e se possível, daqui para frente, também os com três anos). Isso é um absurdo. Particularmente, não tenho nenhum tempo, nenhum interesse, nenhum ganho em vir aqui me dar ao trabalho de escrever estas notas informativas sobre gestão. Se faço isso, é porque as IFES mas, principalmente, pasmemo-nos, a própria SESu, não dispõem de um quadro técnico de carreira, com funcionários estáveis, permanentes, concursados, que possam gerenciar o PET e outros programas, de forma continuada, profissional, minimamente competente, salvaguardando a memória das ações e das avaliações. A SESu não existe como instituição. E alguns poucos tutores, com sacrifícios pessoais enormes, tentamos colaborar no interior desse espaço que é um vácuo de competências, mas espaço saturado de medidas voluntaristas e poderes arbitrários toscamente exercidos.

5. O projeto “Saberes”, salvo engano, não dispõe das legalidades básicas para ser aprovado, distribuindo mais bolsas assistencialistas, compensatórias, expressando o que há de mais pobre e miserável no pensamento neoliberal de direita. Não tenho nada contra a direita se expressar e procurar espaços de trabalho. O que não se pode admitir é que isso seja conclamado como de esquerda ou progressista.

6. O papel da universidade, dentro do processo de construção democrática, é formar excelentes médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, professores, não apenas tecnicamente de altíssimo nível, mas também com formação cidadã, instituidora, para uma atuação profissional socialmente orientada. Esse é o único caminho possível para uma Justiça Social harmônica e duradoura.
7. E´ assustador esse negócio de que a solução é enfiar, para dentro da elite acadêmica, com ou sem competências, com ou sem compromissos éticos de cidadania, os quilombolas, os indígenas, os favelados, para que venham a ser “iguais” dentro dessa elite que temos. Basta olharmos em torno, olharmos inclusive as lideranças políticas que vieram “de baixo” e são hoje “iguais” - Beneditas, Garotinhos etc. - para enxergar muito bem que não é por aí. Óbvio que devemos afastar os óbices de acesso à universidade. Mas também óbvio que não pode ser por meios casuisticamente personalizantes e reprodutores das desigualdades. Será justo talvez para essas poucas pessoas beneficiadas. Mas não será necessariamente o caminho para um Estado mais justo para TODOS.

8. Nada contra, porém, aos que acreditam que seja por aí. A universidade deve e pode ser plural. Portanto, nada contra bolsas para quilombolas, indígenas e favelados, conforme o Edital para abertura para novos Grupos PET. O que não se admite é que isso seja chamado de PET, onde de PET tem apenas o P, mas não o ET de Educação Tutorial. O que não se admite é desfigurar o PET enquanto Programa, deturpando e mediocrizando seus objetivos e métodos, para pode contrabandear, sem conflitos, para dentro do PET, burlando a lei, o que não é PET.

9. Para viabilizar esse novo programa bolsisteiro, foi então cometida a primeira violência, usando nele o codinome PET, pegando carona no Edital do PET, apenas para burlar as leis.

10. Uma segunda violência é cometida quando, considerando que a SESu não tem um quadro técnico para atuar republicanamente, sendo uma instituição dependente também do trabalho e do sacrifício de alguns “tutores voluntários”, o Edital se faz acompanhar de duas Portarias expulsando do PET aqueles professores que, na prática, são a memória e a estrutura institucional e operativa do Programa.

11. Uma terceira violência está sendo cometida quando o que antes era um Programa de Educação Tutorial - ensaiando alternativas metodológicas para melhorar e fortalecer as práticas de ensino na Graduação, a partir da capacitação e treinamento de alunos com elevadas e destacadas potencialidades – é totalmente desfigurado, nivelando por baixo.

12. Os “cotistas” anseiam entrar na UFRJ original, aquela ilha de excelência que tivemos, e que deveria servir de modelo para termos um arquipélago de excelências, a caminho de um continente de casas de ensino público e gratuito de qualidade. Os “cotistas” não estão, certamente, ansiando ingressar numa UFRJ transformada em CIEP de terceiro grau, cujos diplomas não terão valor senão simbólico e cartorial, com o obstáculo sendo transferido para o acesso aos MBAs. E com os diplomas de qualidade sendo restritos às PUCs, FGVs e IBMECs, colocando a pá de cal no ensino público gratuito e de qualidade.

13. A UFRJ tinha um posto de saúde no Complexo da Maré (Vila do João). Isso só se justificaria se esse posto fosse MODELAR, de altíssimo nível de excelência (na gestão e nos serviços) servindo para treinamento e capacitação de funcionários de outros Postos, testando e avaliando novas alternativas de atendimento, um espaço de aprendizado, reflexão e pesquisa, mas principalmente um espaço que serviria de MODELO para outros postos. Não faz sentido a UFRJ ter um Posto de Saúde voluntarista, improvisado, precarizado, complementar e marginal à rede pública, oferecendo serviços igualmente indignos (ou talvez piores). A Extensão Universitária precisa encontrar seu Eixo !!!

14. Daquela reunião no Gabinete do Ministro Haddad, me parece que ficou acertado que, em vez de revogar as Portarias, o MEC vai enviar uma circular, aos Pro-Reitores de Graduação, informando que a contagem de seis anos, para exclusão dos Tutores, começará a valer a partir deste ano (sem contagem retroativa). Mas não é esse o nosso problema. Não estamos lutando para termos uma bolsa vitalícia. E é óbvio que, como em qualquer Programa, tem gente que precisa ser substituída. Para isso tem de haver avaliação. E avaliação bem feita. E avaliação feita por quem cuide de não colocar na internet uma violação constitucional de meus dados pessoais. O MEC tem muito que aprender. Muito que melhorar. E estamos aqui para ajudar. Só que o MEC precisa escolher bem e melhor os seus “ajudantes”.

15. Cidadãos com nível de ensino superior deveriam, obviamente, operar a partir não do DESEJO, mas da NECESSIDADE. Esse desvio comportamental vem destruindo a civilização e o planeta. E esse desvio se torna aterrorizante quando estaciona dentro da gestão da coisa pública. Tudo bem que o DESEJO recomende que o CLA tenha APENAS um terço de tutores (estes seqüestradores do PET). Trata-se de um desejo até bem legítimo. Mas já nem é o caso de perguntar pela NECESSIDADE, porque antes vem a pergunta da VIABILIDADE. Acaso lá alguém que conheça um mínimo de PET e de universidade poderia ter um pensamento desses ? Alguém aqui realmente acredita que é viável encontrarmos oito professores voluntários para participar dessas reuniões mensais, levando projetos e relatórios para ler em casa ? Lá faz acaso sentido a SESu entender que professores devem dar prioridade a isso, quando ela própria, SESu, não dá nenhum valor a tais trabalhos, sequer quando feito pelos Tutores do PET, os quais são avaliados principalmente por indicadores de pesquisas e publicações realizadas? Ah, por favor...

16. Se o PET é um programa reconhecidamente importante para a Graduação, quem tem que assumir esta preocupação e fazer estas manifestações, então, não sou eu, um modesto “Professor Assistente 2”. Modesto e mal pago, inclusive pela SESu, que me avalia e paga não em função da minha performance como Tutor, mas paradoxalmente pelo meu currículo de “pesquisador”.

17. Se o PET é uma questão da Graduação, então estas percepções deveriam estar sendo construídas e debatidas no interior do CEG. E, salvo engano, o CEG deveria estar encaminhando, ao ForGrad, uma manifestação contra os danos provocados ao PET, um programa de três décadas de trabalho, por aquelas Portarias e, agora, por este Edital aparentemente fora da Lei. Não é a mim, um modesto Tutor do PET, mas ao Reitor, articulando os programas de Extensão e de Graduação, que estas questões devem ser conduzidas para decisões e pronunciamentos.

18. O objetivo destas informais e apressadas Notas é apenas prestar contas às instâncias hierarquicamente superiores na UFRJ, ao mesmo tempo que submete algumas sugestões:


a. A exemplo de outras IFES, já deveríamos ter criado Grupos PET-institucionais (com um Tutor sem bolsa e quatro graduandos bolsistas seria menos um clone que um simulacro, mas poderia ser útil para formar massa crítica para futuros Grupos PET). Se tivéssemos seis Grupos desses, desde o ano passado, seria agora mais fácil (e justo) selecionarmos os dois a serem encaminhados ao MEC, para concorrer no Edital para criação de Grupos PET oficiais (com bolsa para Tutor e objetivos plenos).

b. O projeto Saberes não é PET e, em defesa da Educação Tutorial, me parece que essa interpretação deveria ser manifestada pela UFRJ no ForGrad, solicitando a interdição do contrabando inserido na Portaria do PET.

c. Não cabe defender vitaliciedade para os atuais Tutores. Mas é obsceno defender que haja rotatividade na função do Tutor, que seriam substituídos, em rodízio, por outros professores (primeiro, isso destruiria o Programa e, segundo, mas não menos grave, é que se sou Tutor é porque submeti um Projeto AUTORAL que foi selecionado pela CAPES. Outros professores não podem se apoderar desse projeto autoral. E teriam de igualmente entrar pela porta da frente, submetendo projetos e concorrendo com outros professores de outras IFES).

d. A SESu precisa, imediatamente, modernizar seus processos de gestão, de forma a não inventar burocratices inúteis e perniciosas ao Programa, bem como tratar de pagar, no máximo, com 30 ou 60 dias de atraso pois ano após ano, atrasando em meses os pagamentos dos alunos, com valores algumas vezes abaixo das demais bolsas fartamente disponíveis, a SESu simplesmente destrói o Programa, provocando rotatividade de bolsistas, ao mesmo tempo que dificulta a captação de alunos de elevadas competências.

19. O PET foi concebido visando forjar lideranças profissionais de alto gabarito acadêmico e sólido compromisso com o social, através da capacitação para atitudes instituidoramente cidadãs. A proposta não é inserir alguns poucos quilombolas, indígenas e favelados na “elite”, para que como essa elite se comportem. A transformação da sociedade e da universidade não se dará, de forma consistente, mediante matrizes lotéricas reafirmadoras da desigualdade de oportunidades. O PET se projeta para cenários academicamente muito mais generosos que isso e, para tanto, não pode prescindir de seus valores e da metodologia “tutorial”, que não deveria se traduzir em simplesmente pagar, por fora, algum sub-gerente para bolsistas. A idéia não é contrabandear indígenas, quilombolas e favelados para dentro de uma imaginada elite, inserindo-os em grupos-guetos, recuperando a idéia de apartheid étnico ou social. Mas sim de oferecer, a esses e a todos, a oportunidade de uma formação altamente qualificada, em grupos sadiamente heterogêneos, onde convivem indígenas e “caras-pálidas”, brancos e negros, homens e mulheres, ricos e favelados, homo e heterossexuais, bonitos e feios, magros e obesos, brasileiros e brasileiras, para que ingressando na “elite”, ali se comportem não como novos-ricos ou como aliens, mas como agentes naturais de uma saudável e necessária transformação da sociedade e seus valores.