terça-feira, 27 de setembro de 2011

ANATOMIA DE UMA EXCLUSÃO DE TUTOR



Publicamos abaixo a mensagem do Prof. Luiz Eduardo (incluindo a ilustração acima):

Sinta-se convidado a Avaliar uma Avaliação do MEC. Apóie, aplauda, congratule... os esforços para, mediante avaliações diversas, o Ministro Haddad melhorar a Educação no Brasil. Ou, se for o caso, e se tiver argumentos, formule críticas e sugestões.

Quem faz trabalho ruim tende a escondê-lo. Quem, por deficiência técnica irrecuperável, é expulso de um Programa, tende a ocultar o fato. Também nisso, Grupo PET-Farmácia/Saúde Pública da UFRJ, agimos diferente. O Relatório REPROVADO é aqui exposto ao público. E estaremos aqui presentes para defender e dar continuidade - com ou sem PET, com ou sem SESu, com ou sem recursos do MEC - ao trabalho que se propõe a renovar o Ensino de Graduação.

Fique por favor a vontade para registrar suas críticas e observações.

Sobre o Relatório Anual.

Sobre a Avaliação da SESu.

Sobre o MEC.

Luiz Eduardo R. de Carvalho

Tutor do PET-Farmácia/Saúde Pública da UFRJ


Link para o Relatório REPROVADO:

https://docs.google.com/leaf?id=0B8x2WjTZOiDVOTFiOTYzNTAtZjgwMy00ZmZiLThlMDQtMzU2ZGMyMDcxMzFj&hl=en_US

Link para o Parecer do MEC: não existe, porque o parecer do MEC é secreto. Tudo que sabemos é que o Relatório foi reprovado, que o Projeto da UFRJ que debate Filosofia da Ciência deve ser extinto, enquanto é aprovado com louvores, pelo MEC, o Projeto da UFPR que debate auto-ajuda do tipo “Mulheres querem Sexo e Homens fazem Amor” (deve ser da mesma editora daquele outro livro de matemática, onde 3 + 2 é 7).


10 comentários:

Celso disse...

A SESu está realizando uma caça às bruxas já como teste de quando deverá cortar tutores. É uma Secretaria muito distante do modus operandi da CAPES. Enfim, uma Secretaria perdida na incompetência, na vilania e na busca de tutores que possam fazer o trablho sujo.

Alice S. disse...

A longa noite da degola só está começando ...
Quem não viver, não verá!

Luiz Eduardo disse...

Em nenhum momento estive acreditando que será mantida minha exclusão do PET. Tenho argumentos. E tenho convicção que a SESu reverterá a decisão. MAS ISSO NÃO RESOLVE O PROBLEMA. A reivindicação não é ser mantido no PET. A reivindicação é mudar a Avaliação da SESu, é mudar a concepção do Programa e suas perspectivas. Meu "case" não tem importancia pessoal. Muito em breve deixarei a UFRJ. Deixarei de ser Tutor, muito em breve, por minha propria decisão. A importancia é o Programa, o processo de seleção de novos Tutores, os destinos dos demais Tutores.

obsuni disse...

A Bolsa ou o PET!

Ou seja para manter o PET é preciso perder a bolsa. Ou para manter a bolsa é preciso perder o PET...
O MEC é a LBA dos estudantes e professores.
Para ganhar uma bolsa e mante-la é preciso saber pedir. Uma bolsa para esse miserável aqui.

Anônimo disse...

O relatório, aparentemente, contemplou os pontos básicos de uma pesquisa - cabeças um pouco mais pensantes percebem a proposta de extensão. Mas de repente não se deseja essa extensão e participação de um público alvo. Afinal, que pesquisa atual VERDADEIRAMENTE possui um público alvo participativo ? Eu seria capaz de descartar todas àquelas pesquisas para doenças negligenciadas. Claro, a proposta de pesquisa é diferente, mas a população PRECISA sentir o resultado - é ela quem paga!! Esse projeto proporciona resultados simples no curto prazo e resultados NECESSÁRIOS no longo prazo.
O tema abordado é atual, usa tecnologias atuais e tem impacto - tanto na formação do profissional farmacêutico quanto na formação do caráter do futuro aluno - do cidadão, que entenderá um pouquinho da crueldade mercadológica do consumerismo. Mas talvez seja melhor colocar algum artista famoso no horário nobre para falar de consumo consciente né? Ou então uma bela notícia catastrófica que reflita nosso consumo desenfreado,patrocinado pela propagada que mente até no rodapé.
Eu vejo esse trabalho como um dos poucos que tenta inserir a Universidade na sociedade - sim porque o oposto é impossível. É mais inteligente e atual. É verdadeiro em sua essência - não é igual aquele que recicla óleo velho para população carente, nem igual àquele de "inclusão digital", que nada mais é a inclusão na REDE SOCIAL. Esse tem utilidade e abre portas ao debate, vendo de perto a realidade do setor sanitariamente regulado e fazendo o pensamento crítico da população tomar uma posição.
Se Platão nos visse, ele estaria gritando: "A saída é pro outro lado, pro outro lado!!!"
Só faltou citar 1 ponto no seu relatório: Que você não convidou um dos nossos principais CO-ORIENTADORES atuais da graduação. O POWER POINT.

gabriela martins disse...

Acho muito estranho que não tenha ocorrido a divulgação do parecer. Mais estranho ainda é esse relatório ser reprovado somente 2 anos depois...

Por fim, gostaria de dizer que existem outros Grupos PET que realizam atividades semelhantes às nossas e/ou outras atividades menos produtivas. A questão que fica é: por que dois pesos e duas medidas nas avaliações desses relatórios?

Uma justificativa por escrito é o mínimo que a SESu deveria fazer em respeito aos princípios da transparência da administração pública e também em respeito à comunidade acadêmica afetada pelo encerramento de ANOS de trabalho e dedicação do tutor do Grupo PET-Farmácia.

Davi disse...

Não consegui identificar um ponto sequer que pudesse gerar o rótulo de REPROVADO.

Aliás, eu diria tranquilamente que as atividades, todas as citadas, contemplam bastante as diretrizes apontadas no Manual do PET.

Será emitida uma justificativa para a reprovação?

Davi disse...

Não encontrei um ponto sequer que justificasse o rótulo de REPROVADO.

Aliás, as atividades citadas contemplam bastante as diretrizes do Manual do PET.

Será emitida uma justificativa para a reprovação?

Luiz Eduardo disse...

O que estava no SigProj, no parecer de um outro Tutor de Farmácia, é que este Grupo PET está operando apenas em ALIMENTOS, e que isso prejudica a formação generalista dos graduados em Farmácia. FALAR ESSA BESTEIRA GASTA UMA UNICA TACANHA FRASE. Mas, pra defender, é necessário, ainda que se disponha de milhares de argumentos - ou por isso mesmo - é necessário escrever no mínimo umas 30 páginas. A primeira resposta é que nenhum dos mais de 100 egressos trabalha ou trabalhou em ALIMENTOS. A segunda é que as pesquisas não são em ALIMENTOS, mas em Assuntos Regulatórios, em Vigilância Sanitária, em Saúde Pública, e que o aprendizado aqui realizado então servirá para fazer pesquisas em qualquer outro produto de consumo, seja MEDICAMENTOS, COSMÉTICOS, DOMISSANITÁRIOS etc. Esse parecerista até pode ter o título de Doutor, mas não tem formação de Doutor. Não estudou Filosofia da Ciência. Não estou Metologia Científica. E sequer percebe que não tem nenhuma importância o tema das pesquisas feitas, já que o foco não está no tema, mas no MÉTODO. O que o aluno está apredendo é o MÉTODO CIENTÍFICO e sua aplicação. Ridículo o parecer da Tutora. Mas, supostamente, foi esse o Parecer aprovado pela SESu.

Jamacy Costa Souza disse...

Mais uma vez estamos diante de um fato que pode nos ajudar a entender (e aprender com) muitas coisas que vão além do que aparentam ser.

Até para se fazer maldades, há que se ter inteligência.

E é justamente isso que me parece estar faltando em quem tenta urdir uma condenação por crime de opinião fragilmente camuflada de "incompetência".

Isso sugere ser coisa de gente que desconhece ou "espertamente" ignora o tal do Estado Democrático e de Direito (e depois reclama do juiz).

Gente que não tem a menor noção de Direito, de Gestão, de Política, de Planejamento e de, sim, dela, de Avaliação... tão mal usada como, para ficar nas suas metáforas, instrumento de demolição. Ainda assim, utilizada, pelo visto, de forma amadora.

Bem, falar em Res Publica, em espírito público, já seria demais, não é mesmo?

Ou seja, gente que não apresenta condições sequer intelectuais (ou não faria tantas barbeiragens em suas medíocres guerras) de gerir qualquer coisa pública, ou mesmo interferir nas tomadas de decisão.

Certamente gente que desconhece ou nada aprendeu de Mário Testa (pensamento estratégico), Carlos Matus (planejamento estratégico; los tres cinturones del gobierno), Bourdieu (violência simbólica), Habermas (e sua teoria da ação comunicativa)... Isso para não falar dos clássicos (Marx, Webber, Durkheim).

Avaliação de quarta geração, então...

Apenas espero que o responsável da SESU disponha de elementos suficientes para saber interpretar o que está acontecendo e agir segundo o seu dever na defesa do interesse público (neste caso, representado pelo PET, seus bolsistas e seus bons tutores).

A não ser que valha a máxima, a la Raduan Nassar: “ninguém dirige aquele que Deus extravia!"


Prof. Jamacy Costa Souza