quinta-feira, 23 de agosto de 2012

HISTÓRIA RÁPIDA DO PET PARA INICIANTES (TUTORES E ALUNOS)



- O PET foi fundado em 1979. Nasceu na CAPES, onde ficou até o início dos anos 2000;
- O PET manteve seu desenho original até 1997;
- Em 22 de dezembro de 1997, o MEC tentou desmontar o PET cortando: metade de seus bolsistas/grupo; metade da verba de custeio; uma bolsa de mestrado que era associada ao Programa; e verba para professor-visitante ao grupo (que existia até então);
- 1997/1998: nasce o movimento de resistência contra a extinção do PET: inicialmente na UEM e na UFSM. Nascem as redes de resistência:  "raimundos" (UFSM), "petbr" (UNESP), PET-REAGE (UEM);
- Em março e dezembro de 1998 são feitas duas manifestações de rua em Brasília contra a extinção do PET;
- A então EXECUTIVA NACIONAL DO PET (composta pelos professores Carlos Costa, Dante Barone, Izaura Kuwabara, Marcos Danhoni) faz gestões junto à Câmara Federal e Senado, especialmente nas Comissões de Educação das duas Casas;
- Em 1998 é realizada uma Audiência Pública na Câmara Federal em prol do PET;
- Em 1999 é lançado pelo MEC um ofício de extinção total do PET. Em setembro é realizada a maior manifestação de rua em Brasília contra a extinção. No mesmo dia e no mesmo instante da Manifestação é realizada uma Audiência Pública na Comissão de Educação do Senado. O MEC é obrigado a rever suas posições e revoga o Edital de extinção;
- Esta passeata e a Audiência foram notícias de primeira página (ESTADÃO, O GLOBO, FOLHA DE S. PAULO, CORREIO BRAZILIENSE, etc.), especialmente porque o presidente FHC foi vaiado pela turba de tutores e alunos enquanto se despedia, na rampa do Planalto, do Presidente da Namíbia Sam Nujoma;
- De 2000 a 2002, Edital revoga o pagamento de bolsas de tutores. Com esta medida, o MEC visava extingui o Programa pensando que os tutores abandonariam seus grupos. Houve uma desistência inferior a 10% do total de tutores;
- De 1998 a 2002 o Programa ficará sem avaliação. Este era um dos itens de reivindicação do Movimento e  da Executiva Nacional.
- A Executiva Nacional do PET, apoiada pela Assessoria Jurídica do ANDES, interpõe recurso na Justiça para o retorno do pagamento das bolsas dos tutores;
- O PET é transferido da CAPES para a SESu (ali passará pelos seguintes departamentos: DEPEM, DIPES, DIFES, SECADI);
- Em 2002, a Profa. Izaura Kuwabara (hoje falecida) organiza o evento de Avaliação Nacional do PET no auditório da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Este evento, graças à pressão do Movimento capitaneado pela Executiva Nacional, é bancado pelo próprio MEC;
- Em 2002 a Executiva dialoga com os dois então candidatos à Presidência da República: Luis Inácio Lula da Silva e José Serra, para que contemplem em seus Programas de governo o PET. Somente a equipe de Lula faz isso num documento exclusivo sobre a EDUCAÇÃO BRASILEIRA;
- A Executiva dialoga com a equipe de transição de governo: fica agendada reuniões de discussão para a reinvenção do PET, uma nova metodologia (qualitativa) de avaliação, a recomposição dos grupos, a volta das taxas acadêmicas e do pagamento das bolsas dos tutores;
-  O Movimento, através da Executiva, colabora durante mais de cinco anos no Congresso Nacional para a redação de emendas orçamentárias para que contemplassem o PET. Esta estratégia foi vitoriosa em todos estes anos;
- Na SESu, a Comissão da Executiva (composta pelos tutores Carlos Costa, Dante Barone, Izaura Kuwabara, Marcos Danhoni) e mais quatro professores especialistas em avaliação qualitativa (incluindo aí a Profa. Maria Viggiani Bicudo), reestruturam o processo avaliativo, com a invenção da CNA (Comissão Nacional de Avaliação), CLAA (Comissões Locais de Acompanhamento e Avaliação), com relatórios institucionais (ao invés da remessa, como é feita hoje, de todos os relatórios para a SESu). Não há distinção de áreas de conhecimento, pois a Comissão estava empenhada numa visão não cartesiana do PET;
- Em 2003, após sugestões da Executiva, o então Ministro da Educação, Christovam Buarque, muda a denominação do PET, de "Programa Especial de Treinamento" para "Programa de Educação Tutorial";
- Neste ano o ENAPET e a SBPC são realizados conjuntamente sendo a palestra de abertura do ENAPET feita pelo Ministro Christovam Buarque;
- O Ministro determina o retorno do pagamento das bolsas de tutores, e que o pagamento deveria ser feito por intermédio da CAPES (O Presidente da CAPES, à época e ainda hoje no cargo (!!!), Jorge Guimarães, resiste à esta medida, mas a cumpre, à contragosto);
- O Ministro Christovam é demitido do cargo enquanto estava em viagem a Portugal à trabalho do Governo Lula;
- Em 2003 são lançados dois livros sobre a história do PET: "PET: Correspondências de uma Guerra Particular", do Prof. Marcos Danhoni e "Qualidade no Ensino Superior: a Luta em defesa do PET", da ex-representante discente nacional da Executiva do PET, Angelica Muller;
- Em 2005, com mudanças radicais na SESU (para pior!), a CNA é dissolvida, os CLAAs perdem sua função avaliativa e a avaliação passa a ser feita de forma quantitativa e por divisão de áreas de conhecimento. Começa o longo e doloroso ocaso do PET: mudanças para pior!
- Em 2006 é feita a última passeata do Movimento pelas ruas de Brasília, assim como na SBPC, usando um caixão que foi imortalizado pela imprensa nacional (de posse da UEM);
- De 2005 em diante, a SESu é infestada por quadro carreiristas tirados de divisões de partidos políticos no abocanhamento de cargos para satisfazer a fome de partidos. Nesse processo, gente sem qualificação técnica ou profissional começa a dilapidar de vez o imenso patrimônio cultural e a própria História do PET;
- "Profissionais" sem gabarito, mas ansiosos por mudanças que "inscrevam seus nomes" na (soleira) da História, impõem perdas consideráveis à essência do Programa: reestruturação do Manual de Orientações Básicas (feita a toque de caixa); mudanças no processo avaliativo; imposição de plataforma não funcional (SIGPROJ); contratação (sem licitação!) de empresa Júnior (pasmem!!!!) para fazer uma inócua avaliação de egressos (coincidentemente, esta "empresa" era liderada por um dos artífices do PROIFES em seu Estado); tentativa de impor rotatividade tutorial;
- Graças à luta da Executiva Nacional no Congresso Brasileiro, o então Ministro, Fernando Haddad, que em 2005 impusera a "Lei do PET", recua, corrige a Portaria da Lei, e elimina a rotatividade de 3 anos para tutores;
- De 2006 em diante novas excrecências nascem no PET: PETs temáticos, PETs Saúdes (porque a mulher do Ministro trabalhava na Pasta da Saúde), PETs Licenciaturas, etc. Denigre-se a imagem da indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão e atenta-se contra a autonomia dos grupos;
- Em 2006 é eleita a primeira direção da CENAPET, com a presidência do Prof. Dante Barone;
- Por meio da luta da Executiva os eventos nacionais do PET (ENAPET) passam a ser financiados: a CENAPET luta por uma expansão ordenada do número de grupos, da volta dos CLAAs, e por reuniões regulares do Conselho do PET no MEC;
- Em 2008 é eleita a segunda direção da CENAPET, sob a presidência do Prof. Marcos Danhoni, com bate-chapa no ENAPET realizado em Campinas-SP. Um tutor, hoje elemento ativo do PROIFES, comanda batedores de sinos de vaca para tumultuar o processo eleitoral, mas em vão;
- Intensificam, nas gestões 2006-2008; 2008-2010, as relações da CENAPET com a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos), UNE e SBPC. A CENAPET é co-organizadora dos Salões da UNE e dos Encontros de Pós-Graduandos da ANPG;
- A partir de 2008, a divisão política no MEC, com o enxerto de elementos estranhos à educação brasileira, se acirra. Funcionários sem currículos, mas com uma vontade napoleônico para o desastre passam a ditar as regras para o fim do PET, resultando no desastre da Portaria 976!
Hoje imperam na administração do PET na SESu: a arrogância, a cooptação, a cassação política, o enxerto de programas, a desfiguração completa.
Fora isso, é de se destacar a morte da CENAPET, substituída pela administração dessa ex-Comissão em 2010 e eleita agora por menos de 5% dos presentes no ENAPET. Nenhuma representação e total cooptação do MEC: Desastre e vergonha,é o que definem a situação atual do PET!!!
Para aqueles que não desistiram é necessário resgatar a História e presentificá-la.
Basta de cooptações, traições e cassações!
Será necessária uma luta aguerrida e sem tréguas contra todo este arbítrio!
Então, lutemos!
Muda Brasil!!!!


5 comentários:

Anônimo disse...

Sigpet fora do ar...

parcelas atrasadas...

LuizEduardo disse...

Um dos membros da Comissão de Avaliação contou a um Tutor, que comentou com outro Tutor que, pedindo pelo amor de Deus pra eu não dizer que ele me contou... que não quis se candidatar para novamente integrar a Comissão, porque está muito constrangido em fazer parte daquilo. E que é assustador o que a maior parte da Comissão NÃO SABE sobre o PET. Muito bom o Blog recuperar um pouco da História. Mas é preciso mais que isso. E´ preciso, é premente, que se produza textos mais teóricos, sobre os fundamentos da Educação Tutorial construída ao longo da História. Parece que predomina, por exemplo, na Comissão, a idéia que um bom Tutor é aquele que, quando sai do Grupo, esse Grupo não perde nada e nem percebe a saída. Eu não acreditei. Mas quem me contou jura que o outro que contou jura que é verdade.

Anônimo disse...

"Fora isso, é de se destacar a morte da CENAPET, substituída pela administração dessa ex-Comissão em 2010 e eleita agora por menos de 5% dos presentes no ENAPET."

5%? Onde? Eu estava lá e garanto não foi apenas isso.. Onde conseguiu essa informação, nos diga..

REDAÇÃO DO WIKIPETs disse...

Para o Anônimo das 01:55 :
veja o post em que anunciamos o numero de votantes na chapa única que elegeu a CENAMEC.
Os números não mentem, mas um ANÔNIMO acrítico vale mais que mil palavras ...

Claudia disse...

OLá,

este anônimo aí de cima deve fazer parte da "imensa minoria" que está conduzindo o Programa e o Movimento PET ao buraco!
Triste fim para um programa como o PET. Tristeza maio é o compromisso sem compromisso da maioria ...