terça-feira, 19 de maio de 2009

PET NO BOLETIM DO DCE-UFRGS



Hoje são os bolsistas do PET, amanhã pode ser você!

Na última semana o grupo de bolsistas do Programa de Educação Tutorial do curso de Ciências Sociais anunciou a paralisação de suas atividades até que sejam regularizados os repasses dos valores das bolsas, que estão em atraso desde janeiro deste ano. Sexta-feira passada (08/05) os demais grupos PET na UFRGS (Biologia, Computação, Educação Física, Engenharia Civil, Geografia, Letras, Odontologia e Psicologia), decidiram entrar em mobilização pelas mesmas razões.
O atraso nas bolsas PET não é novidade para esses estudantes. Entra ano e sai ano e os bolsistas passam o verão sem receber os valores referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março, tendo que buscar auxílio financeiro com parentes e amigos para manter seu sustento assim como as atividades dos grupos PET até o mês de abril – quando são regularizados os pagamentos. Em 2009, o descaso das autoridades com os mesmos - e com o futuro dos programas - chegou ao limite, tendo sido depositados os valores referente ao mês de janeiro apenas na semana passada e o referente a fevereiro apenas hoje.
Entendemos que a situação atual dos bolsistas PET não é diferente da que vivem os demais bolsistas em nossa Universidade. Os sucessivos atrasos nos pagamentos das bolsas, a precariedade na garantia de direitos e o baixo valor das bolsas não garantem a permanência do estudante no meio acadêmico. Entretanto, corroboramos a opinião do PET-Sociais que, em seu manifesto distribuído à comunidade acadêmica da UFRGS, ressalta que “esses não são problemas pontuais e isolados do PET, mas sim de todas as esferas da educação do país. A origem desses problemas não é mera falha administrativa, mas fruto de sucessivas gestões políticas que não priorizavam, nem priorizam, o investimento na qualidade da educação brasileira”.
É de conhecimento de todos que a UFRGS tem ampliado suas vagas e implementou medidas de popularização da Universidade como as Ações Afirmativas. Ressaltamos, contudo, que tais iniciativas precisam estar acompanhadas de políticas eficazes de assistência estudantil, ou estarão fadadas ao fracasso. Sendo assim, cobramos o empenho da Administração Central para pressionar o MEC no sentido de regularizar a situação dos pagamentos das bolsas, bem como dar a devida atenção para a manutenção plena dos Programas de Educação Tutorial, que já foram anteriormente ameaçados de extinção. Ressaltamos desde já que não aceitaremos nenhuma punição aos estudantes que legitimamente reivindicam seus direitos.

Todo apoio a mobilização dos grupos PET!

Porto Alegre, 11 de maio de 2009.

Diretório Central dos Estudantes
Gestão 2008/2009 – DCE Sempre em Frente!
UFRGS, pra que(m) te quero?!

5 comentários:

Ricardo - Santa Maria - RS disse...

Acho interessante a divulgação sobre o atraso em nossas bolsas, porém paralisação?

Desde que eu convivo com o ambiente PET soube que quem esta nele não é pela bolsa e sim pois se sente completo ao realizar atividades de pesquisa, ensino e extensão juntas, não somente uma ou outra.
Um amigo meu, ex-petiano do PET-Engenharia Elétrica da UFSM, costumava dizer:"Não entendo o governo, temos faculdade federal, fazemos um monte de atividades nas quais aprendemos um bocado, e ainda nos pagam por isso?".

Claro que não serei hipócrita e dizer que a bolsa não é essencial para custear cursos de idiomas e algumas atividades especificas, mas ela, com toda a certeza, não é salario.

Se fosse deste modo o MEC poderia cobrar notas fiscais de onde estão sendo gastas as nossas bolsas, pois elas são disponibilizadas para custeio de atividades do PET.

Todo mundo esta revoltado com o atraso da bolsa, inclusive eu, porém vamos repensar qual a verdadeira finalidade dela.

Ricardo Severo Bittencourt
Engenharia Elétrica
UFSM

Roberto Joele disse...

Desse modo como você coloca, o pet se torna um programa elitista e discriminatório, a partir do momento em que o aluno deve ter fontes, diga-se de passagem apoio familiar, para se manter na universidade e pagar suas despesas de um modo geral, tendo em vista que não podemos ter outras fontes de renda.
De fato não recebemos salário. Contudo, recebemos uma bolsa. O fato de bolsa não ser salário não justifica seu atraso. Isso é um absurdo. Quais outras bolsas da universidade atrasam?
Conheço muitas pessoas que dependem dessa bolsa para se manter. Essas pessoas não são bons petianos então?
Penso que deveríamos pensar não só na nossa situação, mas também de nossos colegas petianos que não são melhores nem piores porque dependem dessa bolsa para sobreviver.

Anônimo disse...
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Ricardo - Santa Maria - RS disse...

Olá Roberto, se a idéia que passei no meu comentário é que o PET é um programa elitista, me desculpe, vou tentar me expressar de outra forma:

Se você não fosse mais bolsista do PET (por ter rodado em mais de uma cadeira ou por outro motivo não relevante), você deixaria de fazer pesquisa, ensino e extensão (PEE)? Você iria procurar uma outra bolsa, por exemplo de pesquisa, e deixaria de fazer ensino e extensão? Vai ser a formação das pessoas que "recebem" a extensão que vai estar prejudicada ou a sua? Ou os dois lados? Vai ser você que vai perder os benefícios de uma atividade de ensino ou outras pessoas?

Quando você se referiu em bom petiano, bem, uns dos melhores PETiano que eu conheço nunca chegou a receber uma bolsa do PET. Ele nem ao menos existe formalmente no programa PET. Ele recebe a bolsa de um grupo de pesquisa e mesmo assim faz as atividades de PEE. Para mim isso é bom petiano, bolsista ou não, dependente de um familiar ou não, esta pessoa (ao qual eu titulo um verdadeiro PETiano) dissemina a filosofia da educação tutorial e tenta ao maximo manter o tripé (PEE) equilibrado.

E quanto a ultima frase que disse em não pensar somente em "nossa situação", me desculpe, mas foi precipitado ao dizer isso pois a minha situação é vermelha no banco, atrasado com a minha professora de alemão e devendo para familiares. Sei que não é a pior, conheço petianos aqui da UFSM que entraram até no SPC, mas mesmo assim continuam (e continuo) trabalhando.

Desculpe se fui muito agressivo em alguma parte do texto, mas só defendo minha opinião que greve não é a solução, e muito menos uma boa ação, vinda de um petiano.

Deixo também meu ponto de revolta pois arressem recebemos (PETianos da UFSM) a 1° bolsa, e não temos nem noticia da 2°.

Ricardo Bittencourt
PET-Engenharia Elétrica
UFSM

Jk disse...

Acho muito triste que alguns bolsista do PET, ainda vivam uma utopia.
A bolsa é um direito adquirido por méritos e, portanto deve ser paga em dias já que os trabalhos dentro dos grupos PET no Brasil todo não para em hipótese nenhuma. No entanto temos que levar em conta que a situação social dos bolsistas do Brasil todo é bastante diferente. E e essa diferença deve No mínimo RESPEITADA.