domingo, 6 de junho de 2010
AS FALÁCIAS DA SESu
A insistência da SESu em voltar à rotatividade de tutores, como já realizara em 2005 quando da edição da Portaria 3385 (art.12, parágrafo 2º), mas que tivera que recuar um ano depois com a correção da Portaria, agora sob o número 1632/2006, revela uma ação muito clara daquela Secretaria: a extinção progressiva do PET!
O 2 + 2 da SESu , ou seja, rotatividade a cada dois anos de tutores, já discutido e mancomunado com o FORGRAD, aliado ao fato da proliferação de siglas PET para Programas que nada guardam em semelhança ao legítimo Programa de Educação Tutorial, são ações deletérias que o MEC espera serem suficientes para liquidar o PET nos próximos dois anos.
Quando do governo FHC, sob a péssima administração do então Ministro Paulo Renato Souza, foi exarado um malfadado edital semelhante ao 2 + 2 que está sendo gestado agora. Resultado: o governo FHC sofreu a maior manifestação de petianos e tutores de seu governo. Com a manifestação noticiada em todos os jornais do país terminou ali a farra de extinção do PET.
Hoje, o MEC espera realizar assim aquilo que nem o governo FHC conseguiu:
- cooptação do FORGRAD (já estiveram em duas reuniões deste Fórum, como confirmado espontaneamente pelo Prof. Murilo Camargo na abertura do XIII SULPET, em Porto Alegre);
- convocação do Conselho Superior do PET (sem convocações há dois anos) para imposição das mudanças e do 2 + 2. Como SESu e FORGRAD formam a maioria, a imposição da extinção de mandato dos atuais tutores para 2012 estará decretada.
- extinção da memória do Movimento contra o fim do PET, com o corte de todos os bolsistas mais antigos.
Um único problema: o MOVIMENTO PET!
Esqueceram somente de um detalhe! De combinar com a oposição, como diria o saudoso Mane Garrincha.
Audiências Públicas na Câmara e no Senado já estão engatilhadas, assim como possíveis manifestações de rua em Brasília.
A desfaçatez da SESu é tamanha que eles nem cogitam em melhorar o processo de avaliação (este sim, o mecanismo que poderia avaliar tutores com baixa capacidade de tutoria). Nem pretendem fazer estudos da rotatividade natural (má avaliação, desistência, saída para qualificação, aposentadoria, etc.), que existe nos grupos. Numa amostragem de 30 grupos presentes no SULPET e ECONPET, a rotatividade natural ficou em torno de 5,5 anos.
O enviado da SESu ao ECONPET propôs (believe it or not) a inacreditável opção de os departamentos de graduações, onde os grupos estão inseridos, realizarem eleições para tutor!
Não sabe o jovem mancebo que Academia deve se pautar pela meritocracia e não pela democracia de araque que agora defende?!?
Estas são algumas das muitas falácias da SESu. Lutamos contra elas no passado! Lutaremos com ela hoje, amanhã e sempre!
À luta!!!
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5 comentários:
" Não sabe o jovem mancebo que Academia deve se pautar pela meritocracia e não pela democracia de araque que agora defende?!? "
Será a publicação de meu comentário autorizado meritocraticamente pelo moderador do blog?
A situação do programa é de precarização gritante. Acordamos nisso. Agora afixar o rótulo da precarização a toda e qualquer iniciativa da SEsu é no mínimo apressado. Rotatividade de tutores? Acho uma ótima! O programa é para GRADUAÇÃO e de longo prazo portanto não personalizável, sua função é justamente ir além dos que o operacionalizam, ou voltamos a abraçar o Programa Especial de Treinamento? Uma discussão mais aprofundada, sem posicionamentos precipitados é o mínimo que se espera.
Com toda certeza este fato é um sério agravante à sustentabilidade do programa no médio prazo. Sem contar que esse formato de rodízio 2 + 2 de tutores pode fazer com que o tutor que iniciou o grupo PET, inicialmente com apenas 4 bolsistas, pode chegar a não ver seu grupo consolidado com 12 bolsitas após 3 anos de sua implantação, uma vez que ele deixará o grupo!!!
Manifestações públicas contra essa gestão impositiva da SESu já começaram a ser feitas em Porto Alegre durante o XIII Sulpet, onde cerca de 150 pessoas,entre petianos e tutores, saíram nas ruas para protestar contra os atuais desmandos da SESu.
Vamos unir nossas forças nesse momento através do movimento PET, para que ele possa crescer em todo o país, até que sejamos ouvidos pelos gestores da Sesu que insistem numa gestão autoritária e totalmente desvinculada dos reais objetivos do PET.
Richardson
PET-Eng Florestal - UNESP/Botucatu
Prezada Bruna,
agradecemos sua participação neste post.
Para publicar comentários no Blog basta estar de acordo com a Netqueta. Palavras chulas e verve "incivilizável" não são publicadas aqui. O que não é o caso de seu comentário.
Mas entrando no mérito de sua resposta, necessário estudar a história do programa e do movimento que permitiu que ele não somente não se extinguisse, como, também, se abrisse para novas experiências, como é o caso da mudança de sua denominação.
Muitos alunos petianos, prisioneiros de uma crítica pontualizada de tutores inoperantes ou descompromissados com o Programa, começam a pensar que nada melhor que mudar este quadro, que destruir suas tutorias e aniquilar a história e a memória: historicismos e psicologismos se irmanam na extinção das idéias.
Quando editais de criação de grupos PET são abertos, a idéia de projeto é de um(a) tutor(a). Se a SESu quer extinguir o tutor em dois anos, então seria mais concorde que outro(a) tutor(a) do mesmo curso de graduação submetesse novo projeto, e, sendo aprovado, escolhesse novos petianos que não aqueles do "outro projeto" do tutor extinto.
A falácia é tão grande que a verdade aparece cristalina.
Além do mais, devemos lembrar o Manual de Orientações Básicas do PET que estabelece claramente que o Programa é de longa duração e que o grupo se consolida somente após três anos.
A sabedoria socrática é pródiga: reconhecer que sabemos que nada sabemos! Destruir a história é desconstruir o futuro e jogar na vala comum boas e más idéias. Desestruturar todo um Programa elevando como sua essência os pontos negativos que um processo de avaliação poderia corrigir, é elevar à categoria de sapiência aquilo que só habita o reino da ignorância em nada socrática.
"Se abrisse para novas experiências", é justamente disso que se trata. Sobre os novos grupos concordo contigo Richardson, ocorre que a proposta é de dois anos prorrogáveis por mais dois, ou seja, quatro anos. Tempo suficiente para que o antigo tutor estabeleça a transição da tutoria para uma novo professor do curso de graduação ao qual o grupo visa impactar. Os projetos que compõe o edital de abertura não devem também ser um engessamento eterno das atividades do grupo, ou desconheceremos a dinâmica que acompanha a temporalidade? Historicismo pequeno é acreditar que a História é pessoal e que A verdade aparece cristalinamente, desconhecendo (?) as disputas que conformam o processo histórico. Não nos demos tanta importância, o programa deve existir além de nós e não é nossa saída que extinguirá "sua" memória. E um informe sobre o protesto de Porto Alegre: recordo ter visto um único tutor e a contrariedade a medida da rotatividade não era uma bandeira que estava sendo levantada pelos manifestantes.
Abraços
Vamos lutar contra a extinção do PET via extinção da tutoria. A SESu sempre procurou no dissenso apoio para suas atividades. Foi assim no passado e está sendo assim agora.
Manifestação já! E em Brasília!
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